Metanol: Saúde define novas regras para uso do antídoto

Metanol: Saúde define novas regras para uso do antídoto — O Ministério da Saúde publicou nota técnica que redefine o protocolo de aplicação do fomepizol 1 g/mL na rede pública, fortalecendo a resposta aos casos suspeitos ou confirmados de intoxicação pelo solvente no Sistema Único de Saúde (SUS).

O documento lista indicações clínicas, posologia intravenosa e critérios de distribuição do medicamento, que inibe a formação de metabólitos tóxicos da substância e reduz o risco de complicações graves, como acidose metabólica severa, distúrbios neurológicos e cegueira.

Metanol: Saúde define novas regras para uso do antídoto

Segundo a pasta, o tratamento deve associar suporte clínico — hidratação, correção de desequilíbrios metabólicos e, em casos críticos, hemodiálise — à administração do agente antidótico. A distribuição priorizará hospitais com leitos de UTI e Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox); Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) poderão aplicar a primeira dose antes da transferência do paciente.

Para ampliar o estoque nacional, o Brasil recebeu 36 ampolas do governo de Portugal, elevando o total disponível para 1.036 frascos. Além disso, 2,5 mil unidades foram adquiridas por intermédio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em parceria com a subsidiária de uma farmacêutica japonesa. Desse lote, 1,5 mil frascos já chegaram aos estados.

O cenário segue preocupante: até 13 de maio, foram 213 notificações de intoxicação após ingestão de bebidas adulteradas; 32 casos foram confirmados em São Paulo (28), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1). Cinco mortes ocorreram em São Paulo, e outros nove óbitos permanecem em investigação em diferentes unidades da federação.

Entre os 181 casos ainda sob análise, São Paulo concentra 100 suspeitas, seguido por Pernambuco (43) e demais estados. O Ministério da Saúde instalou Sala de Situação para monitorar os registros e acelerar a logística do antídoto.

Além da administração rápida do fomepizol, a nota técnica ressalta a importância da vigilância sanitária sobre bebidas alcoólicas e campanhas de alerta à população sobre os riscos do consumo de produtos não fiscalizados.

Em síntese, a atualização do protocolo busca garantir acesso tempestivo ao tratamento e reduzir a mortalidade associada à intoxicação por metanol, reforçando a capacidade de resposta do SUS em emergências toxicológicas.

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Crédito da imagem: Ministério da Saúde, John Kevin/iStock e Pawel Kacperek/iStock