Mercado secundário de tecnologia ganha fôlego no Brasil

Mercado secundário de tecnologia deixa de ser exceção e passa a movimentar o ecossistema brasileiro com rapidez inédita. Em 2025, 52% das startups nacionais já realizaram ao menos uma operação de compra e venda de participações existentes, apontam dados do relatório State of the Startup Secondaries Market in Brazil 2025.

Esse avanço vem acompanhado de mudanças estruturais: os descontos médios caíram de 55% em 2023 para 13% no segundo trimestre de 2025, sinalizando maior eficiência na precificação e apetite crescente por ativos privados de qualidade.

Mercado secundário de tecnologia ganha fôlego no Brasil

Ao contrário do passado, quando a venda de ações por fundadores era vista como fuga, o estudo mostra que 82% venderam menos de 10% de sua participação, apenas para diversificar risco pessoal. A estratégia fortalece a governança das companhias e mantém o alinhamento de longo prazo entre empreendedores e investidores.

Liquidez também se traduz em reinvestimento: 91% dos founders que venderam participações canalizaram o capital de volta ao ecossistema, atuando como investidores-anjo, LPs ou diretamente em outras startups. Esse ciclo fomenta inovação, acelera contratações e potencializa impacto econômico.

O interesse comprador permanece dominado pelos fundos de venture capital, enquanto family offices preferem empresas em estágio mais maduro, acessando-as via fundos ou veículos dedicados. Segundo a pesquisa, 85% dos investidores planejam ampliar a exposição nos próximos 12 meses, indicando que o ritmo de negócio deve continuar forte.

Para especialistas, o Brasil acompanha a tendência global de alongamento do prazo para IPO — hoje em torno de 16 anos — e precisa de mecanismos que forneçam liquidez intermediária. Essa percepção é corroborada por estudos como o relatório global da CB Insights, que aponta o fortalecimento dos mercados privados em todo o mundo.

Projeções indicam expansão de 40% nas negociações secundárias até o fim de 2025, com potencial de impulsionar até 2% do PIB já em 2026. Se confirmado, o país pode liderar a América Latina na criação de um ciclo de venture capital mais sustentável, capaz de reciclar capital, redistribuir risco e sustentar novos saltos tecnológicos.

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Crédito: The BRIEF

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