Marco Rubio visita Israel em meio à destruição em Gaza e afirmou que o vínculo entre Washington e Tel Aviv permanece “muito forte”, mesmo após o bombardeio israelense contra alvos do Hamas em Doha, no Catar. A declaração ocorreu neste domingo (data local), diante do Muro das Lamentações, em Jerusalém.
Ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o secretário de Estado norte-americano ressaltou que o presidente Donald Trump “não ficou satisfeito” com o ataque em território de um aliado estratégico, mas que “é hora de avançar e decidir os próximos passos”. Netanyahu, por sua vez, classificou a relação bilateral como “tão durável quanto as pedras” do local sagrado.
Marco Rubio visita Israel em meio à destruição em Gaza
Rubio chegou enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) continuam a derrubar edifícios residenciais na Cidade de Gaza. Segundo autoridades locais citadas pela agência Reuters, ao menos 30 prédios foram destruídos somente no fim de semana, parte de cinco ondas de ataques que teriam atingido mais de 500 alvos militares do Hamas.
Antes de embarcar para Israel, o diplomata afirmou, na Base Aérea de Andrews, que a prioridade de Trump é a libertação dos 48 reféns israelenses — 20 deles ainda vivos — e o fim do conflito. Famílias dos sequestrados acusam Netanyahu de ser “o principal obstáculo” para um acordo de paz.
No cenário internacional, a estratégia de ocupar a Cidade de Gaza enfrenta críticas. A ONU advertiu que intensificar operações em uma área já declarada em estado de fome pode levar a população civil a “catástrofe ainda mais profunda”. Desde 22 de agosto, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas relatou 144 mortes por desnutrição.
Paralelamente, Doha sedia nesta segunda-feira uma cúpula árabe-islâmica de emergência. O Catar condenou o ataque israelense ao seu território como “covarde” e “violação flagrante do direito internacional”. Netanyahu respondeu que a ofensiva foi “totalmente justificada”, pois teria eliminado líderes do Hamas responsáveis pelos atentados de 7 de outubro de 2023, que deixaram 1.200 mortos em Israel.
Dados do ministério de saúde de Gaza indicam 64.871 mortos desde o início da campanha israelense. A estimativa é que 250 mil palestinos já tenham fugido da capital, embora centenas de milhares permaneçam, muitos sem recursos para migrar ao sul, também alvo de bombardeios.
Em resumo, a visita de Marco Rubio reforça o apoio diplomático a Israel, mas expõe tensões sobre os métodos empregados em Gaza e sobre a recente ação em território catariano. Para acompanhar análises sobre geopolítica e inovação, visite nossa editoria de Notícias e Tendências e fique por dentro dos próximos desdobramentos.
Crédito da imagem: Reuters