Mandelson lamenta relação com Epstein ao admitir que manteve contato “por tempo demais” com o financista condenado Jeffrey Epstein. O atual embaixador do Reino Unido nos Estados Unidos, Lord Peter Mandelson, reconheceu que se deixou “enganar” pelas justificativas apresentadas por Epstein, mas afirmou não ter testemunhado qualquer ato ilícito.
Em entrevista concedida nesta terça-feira, o diplomata explicou que o relacionamento social começou antes das denúncias formais contra o americano e prolongou-se mesmo após a primeira condenação de Epstein, em 2008. “Fui ingênuo e deveria ter cortado vínculos muito antes”, declarou Mandelson, ressaltando que nunca participou de eventos que indicassem atividade criminosa.
Mandelson lamenta relação com Epstein e nega conivência
Mandelson, figura influente da política britânica desde os anos 1990, contou que a associação se limitava a “jantares ocasionais” e “contatos profissionais”. Segundo ele, não houve benefícios financeiros nem troca de favores. Questionado sobre visitas a propriedades de Epstein, o embaixador disse ter estado “pouquíssimas vezes” em residências do financista e reforçou não ter visto vítimas ou situações suspeitas.
Repercussão em Londres e Washington
O reconhecimento público de erro ocorre em meio à pressão por transparência sobre conexões políticas mantidas por Epstein. No Parlamento britânico, parlamentares cobraram detalhamento de encontros; a chancelaria informou que analisará o histórico de compromissos oficiais. Em Washington, a embaixada britânica divulgou nota dizendo que Mandelson “coopera integralmente” com quaisquer investigações.
Organizações de direitos das vítimas consideraram o pedido de desculpas “um passo inicial”, mas pedem que outros nomes expostos nas agendas de Epstein façam o mesmo. Já especialistas em ética governamental alertam que vínculos prolongados com figuras condenadas podem minar a confiança pública. Para entender o impacto global do caso, confira a cobertura aprofundada da BBC sobre o histórico de Jeffrey Epstein.
Até o momento, não há indícios de que o diplomata enfrente investigação criminal, mas oposicionistas requisitaram à Comissão Parlamentar de Padrões que avalie se houve violação do código de conduta.
O desdobramento das declarações de Mandelson reforça o debate sobre responsabilidade de autoridades ao escolher suas associações. Continue acompanhando as atualizações na editoria de tendências do nosso portal em onlinedigitalsolucoes.com/noticias-e-tendencias.
Crédito da imagem: BBC