Macroverso de Stephen King: entenda o multiverso que sustenta IT: Bem-Vindos a Derry

IT: Bem-Vindos a Derry, próxima expansão televisiva do universo de Stephen King, baseia-se na ideia de que todas as narrativas do escritor coexistem em um conjunto de realidades interligadas. Esse conjunto recebe o nome de Macroverso e sustenta não apenas a mitologia de Pennywise, mas também a de inúmeros outros livros publicados ao longo de décadas.
- Origem de IT e o retorno à cidade de Derry
- Interligações entre as obras de Stephen King
- O papel central da saga Torre Negra
- Conceito do Macroverso
- A Torre Negra como ponto de convergência
- Entidades fundamentais: Gan e o Rei Rubro
- Todash: o vazio entre as realidades
- Criaturas que habitam o Todash
- Pennywise: manifestação de um mal maior
- Fissuras exemplificadas em O Nevoeiro
- Elementos fixos entre realidades
- Relevância para IT: Bem-Vindos a Derry
- Motivações e consequências dentro do Macroverso
- Importância de Derry no multiverso
- Síntese de uma mitologia expansiva
Origem de IT e o retorno à cidade de Derry
Lançado em 1986 nos Estados Unidos, o romance IT: A Coisa conta a história de sete crianças que enfrentam uma entidade sobrenatural capaz de assumir a forma de um palhaço. Vinte e sete anos após derrotarem a ameaça, os protagonistas regressam, já adultos, à pequena cidade de Derry para tentar extirpá-la de modo definitivo. A partir dessa premissa, Stephen King inseriu ritos antigos, entidades cósmicas e o conceito de Macroverso, ampliando a dimensão da ameaça além dos limites de uma única cidade.
Interligações entre as obras de Stephen King
O autor parte do princípio de que todas as suas histórias coexistem, em maior ou menor grau, dentro de múltiplos universos. Essa interligação aparece de formas distintas: referências geográficas recorrentes — como a própria Derry —, personagens que transitam entre livros, a exemplo de Dick Hallorann, e eventos que ecoam em enredos aparentemente independentes.
O papel central da saga Torre Negra
Dentro desse sistema, o maior ponto de convergência é a série Torre Negra. Diversos livros e contos espalhados pela bibliografia de King remetem a componentes narrativos presentes na saga, reforçando a noção de que existe um alicerce comum unindo suas criações.
Conceito do Macroverso
No vocabulário do escritor, o Macroverso representa o conjunto completo de mundos onde suas histórias se desenrolam. Esses mundos abrigam seres benignos, malignos ou de natureza ambígua. Ao descrevê-lo, King recorre à imagem de um imenso deserto: cada grão de areia simboliza um universo autônomo. Alguns grãos se mostram quase idênticos; outros diferem radicalmente ou já se fragmentaram com o tempo.
A Torre Negra como ponto de convergência
No centro do deserto figurado ergue-se a Torre Negra, núcleo de sustentação que mantém a existência de todos os universos. Ela funciona como eixo que integra realidades paralelas, impedindo que se desagreguem. Dessa forma, a ameaça a esse ponto nevrálgico afeta todo o Macroverso.
Entidades fundamentais: Gan e o Rei Rubro
Segundo as descrições fornecidas pelo próprio autor, Gan — também chamado de O Outro — criou o Macroverso e, por consequência, a Torre Negra. O Rei Rubro surge como antagonista primordial: seu objetivo consiste em destruir os doze feixes de luz que sustentam a estrutura central. Esse conflito básico reverbera em diferentes narrativas, conferindo unidade temática ao conjunto.
Todash: o vazio entre as realidades
Para compreender eventos relatados em IT e no derivado Bem-Vindos a Derry, é preciso examinar o conceito de Todash. Nas obras de King, Todash é o vazio não dimensional que existe entre os inúmeros universos. A metáfora do deserto, portanto, inclui fendas ou buracos por onde elementos podem vazar de uma realidade para outra.
Criaturas que habitam o Todash
Esse vazio abriga criaturas horrendas e extremamente poderosas. Quando fissuras se formam nas intersecções entre mundos, esses seres conseguem atravessar as fronteiras. Foi por meio de um desses rasgos que a entidade que se manifestaria como Pennywise alcançou a Terra. Situação semelhante ocorre em episódios da série Torre Negra, onde ameaças também escapam do Todash para diferentes planos.
Pennywise: manifestação de um mal maior
Em IT e em Bem-Vindos a Derry, as crianças não enfrentam a criatura em sua forma autêntica. O palhaço assassino representa apenas uma projeção psíquica escolhida para assombrar as vítimas. O verdadeiro corpo, descrito como aranha subterrânea, permanece oculto abaixo da cidade. Essa distinção reforça a ideia de que Pennywise é apenas uma fração visível de um mal que transcende qualquer universo individual.
Fissuras exemplificadas em O Nevoeiro
O conto O Nevoeiro explora o mesmo fenômeno. Nele, uma tentativa malsucedida de abrir um portal interdimensional provoca a chegada de criaturas vindas do espaço vazio, causando a neblina que encobre grande área do estado do Maine. O episódio ilustra como experiências ou acidentes podem ampliar fissuras já existentes no Macroverso.
Elementos fixos entre realidades
Apesar das diferenças, os universos que compõem o Macroverso compartilham elementos permanentes. Entre eles destacam-se:
• Gan e as doze criaturas protetoras dos feixes
• A Torre Negra como base de sustentação
• Convergências geográficas ou personagens recorrentes
Esses pontos em comum oferecem consistência ao multiverso e explicam por que eventos em um livro podem repercutir em outro, ainda que ambientados em cenários distintos.
Relevância para IT: Bem-Vindos a Derry
A nova produção televisiva pretende explorar o pano de fundo cósmico já delineado no romance original. Ao situar os acontecimentos dentro do Macroverso, a obra evidencia que Pennywise não é um vilão isolado, mas parte de um ecossistema de horrores que transitam entre universos por meio do Todash. A narrativa, portanto, conecta o cotidiano de Derry a um conflito muito mais amplo, onde ameaças como o Rei Rubro buscam minar a própria estrutura da realidade.
Motivações e consequências dentro do Macroverso
Embora cada obra de King possua enredo próprio, a existência de caminhos interdimensionais cria repercussões cruzadas. Se o Rei Rubro alcançasse êxito em seu plano de destruir os feixes de luz, toda a cadeia de mundos — inclusive aquele em que Derry se localiza — correria risco. A mesma lógica vale para brechas no Todash: sempre que surgem, permitem a entrada de novos horrores, alterando o equilíbrio das narrativas.
Importância de Derry no multiverso
A cidade fictícia repete-se em diversos livros. Sua recorrência demonstra como pontos específicos podem servir de nós de intersecção entre realidades. Derry, portanto, é mais do que cenário; funciona como portal potencial para manifestações de forças exteriores, justificando por que Pennywise ali se estabelece e reaparece ciclicamente.
Síntese de uma mitologia expansiva
Desde o lançamento de IT em 1986, Stephen King expandiu, livro a livro, a teia de relações que sustenta o Macroverso. A analogia do deserto de areia, a presença central da Torre Negra, a dualidade entre Gan e o Rei Rubro, além das brechas de Todash, convergem para explicar como diferentes histórias se amarram em um mesmo tecido narrativo. IT: Bem-Vindos a Derry retoma esses fundamentos ao revelar que a forma de palhaço é apenas uma máscara de uma entidade proveniente de um vazio que circunda todos os mundos do autor. A série, assim, insere-se na linha de obras que utilizam o Macroverso não como mero pano de fundo, mas como engrenagem essencial para compreender as origens e as repercussões do terror que assombra a cidade de Derry.
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