Vídeo de luz misteriosa em São Pedro (SP) deve ser tráfego aéreo rumo a Viracopos

Um ponto luminoso registrado no céu de São Pedro, no interior paulista, na noite de 8 de julho, ganhou destaque nas redes sociais depois de ser tratado como Objeto Voador Não Identificado (OVNI). Novas verificações apontam, porém, que o fenômeno provavelmente corresponde ao tráfego de aviões em aproximação para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

As imagens foram captadas por volta de 20h30 com uma câmera equipada com sensor infravermelho, tecnologia que possibilita filmagens noturnas. O vídeo mostra uma luz no centro da tela que muda de direção, surge e desaparece repentinamente, comportamento que levou moradores a suspeitar de algo incomum.

Testemunhas afirmaram não ter ouvido ruído de motores, enquanto relataram brilho muito intenso vindo do objeto. Diante da falta de identificação imediata, o episódio passou a ser descrito como um “OVNI”, termo que designa qualquer artefato aéreo sem explicação momentânea e não implica, por si só, origem extraterrestre.

Publicações feitas por residentes de São Pedro se espalharam rapidamente em plataformas digitais, alimentando a curiosidade local e atraindo atenção de entusiastas de aviação e ufologia. A circulação de múltiplos vídeos aumentou a busca por respostas sobre a origem da luz.

O caso chegou à Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON), que analisou o material. Segundo Sérgio Mazzi, integrante da rede, dados obtidos no serviço de rastreamento de voos Flightradar24 indicam que diversos aviões realizavam manobras de aproximação para Viracopos no mesmo intervalo registrado pelas câmeras.

Mazzi compartilhou as informações com o astrônomo Marcelo Zurita, que reforçou a hipótese de tráfego aéreo. Os registros de radar apontam que, naquela noite, houve fluxo elevado na fase final de pouso, obrigando pilotos a executar desvios e órbitas de espera nos arredores de Campinas, o que explicaria as mudanças de direção e a aparente “desmaterialização” da luz quando o avião fazia curvas ou saía do ângulo da câmera.

De acordo com o levantamento, não houve indicação de velocidade ou trajetória incompatíveis com aeronaves convencionais. A análise também considerou a intensidade da luz, provavelmente resultado dos faróis frontais refletindo em camadas de umidade, fator que amplia a percepção de brilho quando observada sob infravermelho.

A redação do Olhar Digital solicitou posicionamento oficial à administração do Aeroporto de Viracopos sobre o volume de tráfego na data e aguarda retorno. Até o momento, não foram divulgados registros de incidentes ou anomalias pelos controladores de voo responsáveis pelo setor.

Enquanto o episódio de São Pedro caminha para uma solução terrestre, quem deseja consultar relatos que permanecem sem explicação pode recorrer ao Arquivo Nacional. O órgão mantém acervo com 893 ocorrências de possíveis OVNIs catalogadas entre 1952 e 2023, incluindo documentos de órgãos civis e militares.

O acesso aos arquivos exige cadastro na plataforma gov.br. Após o login, o usuário deve selecionar “Favoritos” e, em seguida, “Objetos Voadores Não Identificados” para navegar pelos dossiês digitalizados. Os relatos envolvem, principalmente, pilotos civis ou militares que observaram luzes, objetos metálicos ou oscilações de rádio durante voos rotineiros.

Entre os registros estão o de um comandante que, por volta das 3h, viu uma luz circular alternando vermelho e verde e estimou velocidade dez vezes superior à de um jato comercial, e o de outro piloto que, às 21h30, disse ter avistado objeto branco alaranjado parado perto da aproximação a Porto Alegre, com tamanho variando conforme a distância.

O Arquivo Nacional aceita submissões de novos casos. Informações podem ser enviadas pelo e-mail indicado pela instituição ou entregues pessoalmente na sede localizada na Praça da República, 173, Rio de Janeiro, CEP 20211-350. Todo material recebido passa por triagem antes de integrar a coleção pública.

Com a análise técnica indicando atividade aérea comum em São Pedro, o episódio reforça que a maioria dos avistamentos classificados inicialmente como OVNI ganha explicações convencionais após investigação sistemática. Ainda assim, o interesse por fenômenos aéreos desconhecidos permanece e alimenta a expansão do banco de dados nacional sobre o tema.

Fonte: CNN Brasil; Olhar Digital

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