Lente gravitacional revela quasar ampliado em 3 vezes
Lente gravitacional dupla proporcionou um “zoom” inédito no quasar RXJ1131-1231, confirmando previsões de Einstein em um estudo recém-divulgado no arXiv.
Lente gravitacional revela quasar ampliado em 3 vezes
Ao observar a galáxia ativa RXJ1131-1231, a cerca de 6 milhões de anos-luz da Terra, astrônomos encontraram três imagens distintas do mesmo objeto, cada uma com brilho variado. O fenômeno foi registrado pelo telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile, enquanto a equipe buscava sinais de gases frios no entorno da galáxia.
Os pesquisadores logo identificaram a combinação de uma lente gravitacional macroscópica, causada por uma galáxia intermediária, e uma microlente, possivelmente gerada por uma estrela. Juntas, as duas estruturas curvaram o espaço-tempo como se fossem “duas lupas sobrepostas”, aumentando o objeto em aproximadamente três vezes, explicou o líder do estudo, Matus Rybak, da Universidade de Leiden.
Esse efeito duplo permitiu aos cientistas analisar detalhes do quasar — região superbrilhante formada quando um buraco negro supermassivo devora matéria — que antes permaneciam escondidos. As medições revelaram variações periódicas no brilho desde 2015, reforçando a hipótese de que uma corona magnética em forma de anel envolve o buraco negro central e emite radiação em ondas milimétricas com ritmo próprio.
O próximo passo será utilizar o telescópio de raios X Chandra para medir temperatura e intensidade dos campos magnéticos ao redor do horizonte de eventos. A equipe espera, assim, refinar modelos teóricos sobre acreção de matéria e confirmar se a corona detectada segue o padrão previsto pela Teoria da Relatividade Geral, descrita por Einstein em 1915.
Descobertas como essa reforçam a importância das lentes gravitacionais na astrofísica moderna, permitindo estudar objetos extremamente distantes e testar as leis da física em escalas cósmicas.
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Crédito da imagem: NASA/CXC/Univ of Michigan/R.C.Reis et al; NASA/STScI