Jimmy Kimmel suspenso após comentário sobre Charlie Kirk

Jimmy Kimmel suspenso é o desfecho de uma semana tensa na televisão norte-americana. A ABC tirou do ar, por tempo indeterminado, o “Jimmy Kimmel Live!” após o apresentador ironizar a postura do ex-presidente Donald Trump diante do assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk.

O monólogo, exibido poucos dias depois do crime em Utah, acusou apoiadores da Make America Great Again de “politizar a tragédia” e comparou a reação de Trump à de “uma criança de quatro anos que perdeu um peixinho dourado”. A repercussão foi imediata: parlamentares aliados ao republicano e grupos conservadores classificaram a fala como “desrespeitosa”.

Jimmy Kimmel suspenso após comentário sobre Charlie Kirk

A crise ganhou volume quando Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), ameaçou sancionar a emissora caso não houvesse “medidas no interesse público”. Sob pressão, a ABC anunciou a suspensão indefinida do talk show, decisão celebrada por Trump nas redes sociais. Afiliadas de peso, como Nexstar e Sinclair Broadcast Group, cancelaram a exibição; a Sinclair ainda prometeu exibir um especial em homenagem a Kirk no antigo horário de Kimmel.

De acordo com o portal Variety, executivos da Disney — controladora da ABC — veem o episódio como um dos maiores testes de liberdade editorial desde a eleição de 2024. Internamente, a empresa avalia se exige retratação pública ou doação à Turning Point USA, organização fundada por Kirk, antes de qualquer retorno do apresentador.

Enquanto isso, vozes de Hollywood reagiram. Ben Stiller, Jamie Lee Curtis e John Legend chamaram a suspensão de “censura”. O Writers Guild of America divulgou carta alertando que “silenciar críticas ameaça a democracia”, e o SAG-AFTRA reforçou que o precedente coloca toda a indústria em risco. Kimmel, vencedor do Emmy de Melhor Apresentador de Game Show neste ano, ainda não se pronunciou, mas fontes garantem que ele não foi demitido e deverá se reunir com a cúpula da ABC nos próximos dias.

A polêmica ressalta o momento delicado dos talk shows noturnos. Além de Kimmel, a CBS confirmou o fim do “The Late Show with Stephen Colbert”, alvo frequente de críticas de Trump, em meio à queda de audiência para o streaming. Analistas projetam uma reformulação completa do formato que dominou a TV por décadas.

Numa indústria marcada por disputas políticas e mudanças de consumo, o futuro de Jimmy Kimmel permanece incerto — e pode definir os limites entre humor pungente e pressão regulatória na era do cancelamento.

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Crédito da imagem: Divulgação/ABC

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