JD Vance pede punição a quem comemora morte de Charlie Kirk. O vice-presidente dos Estados Unidos defendeu que pessoas que celebram nas redes sociais o assassinato do influenciador conservador sejam denunciadas aos empregadores e sofram consequências profissionais.
Durante episódio do “Charlie Kirk Show” exibido na segunda-feira, Vance afirmou que “não defendemos violência política, mas acreditamos na civilidade”. O programa foi apresentado pelo próprio vice-presidente enquanto Kirk se recupera de um tiro no pescoço sofrido na quarta-feira passada, durante um debate na Utah Valley University.
JD Vance pede punição a quem comemora morte de Charlie Kirk
No mesmo episódio, Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, prometeu “desmantelar redes terroristas de esquerda” que, segundo ele, estariam por trás do crime. A polícia, porém, informou que o suspeito de 22 anos agiu sozinho.
Suspensões e demissões já começaram
Pilotos, profissionais de saúde, professores e até um agente do Serviço Secreto estão entre os que foram afastados por postagens consideradas inapropriadas sobre a morte de Kirk. O agente Anthony Pough, por exemplo, teve a credencial de segurança revogada após afirmar no Facebook que o apresentador “espalhava ódio e racismo”.
Empresas privadas, como a Office Depot, também adotaram medidas. A varejista confirmou à BBC que demitiu funcionários de uma unidade em Michigan depois que um vídeo mostrou a recusa deles em imprimir cartazes para uma vigília em memória do comentarista.
Debate sobre liberdade de expressão
Críticos argumentam que as demissões ameaçam a liberdade de opinião. A Associação Americana de Professores Universitários declarou que a “liberdade acadêmica não deve ser limitada por pressão política”. Já especialistas lembram que, nos EUA, a Primeira Emenda protege o cidadão de restrições do governo, não de ações de empregadores privados, pois a maioria dos contratos é “at-will”, permitindo rescisão sem motivo específico.
Pesquisas reforçam a polarização. Um levantamento da YouGov apontou que eleitores liberais tendem mais que conservadores a justificar alegria com mortes de adversários políticos. Por outro lado, estudo do Public Religion Research Institute de 2023 mostrou que um terço dos republicanos concordou que “patriotas verdadeiros podem ter de recorrer à violência para salvar o país”.
Parlamentares republicanos ampliaram a pressão. O deputado Randy Fine disse que exigirá a “revogação de licenças” de quem festejar o crime, enquanto a congressista Nancy Mace pediu ao Departamento de Educação que corte verbas de universidades que não punirem funcionários.
Analistas, como Risa Lieberwitz, da Cornell University, alertam que o clima de temor a retaliações políticas explica a onda de dispensas. “Há medo de não seguir a agenda do governo Trump”, afirmou.
O episódio reacende discussões sobre até onde vai o direito à opinião em ambiente de trabalho, especialmente em ano eleitoral nos Estados Unidos.
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