Japão estabelece recorde de 125 Tbps e reforça liderança em redes de fibra óptica
Uma equipa do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão (NICT), em colaboração com a Sumitomo Electric, transmitiu dados a 125 000 Gbps ao longo de 1 800 km, estabelecendo o novo recorde mundial de velocidade de internet.
Fibra óptica com 19 núcleos compatível com a infraestrutura atual
O marco foi alcançado graças a uma fibra óptica experimental de 0,127 mm de diâmetro, equipada com 19 núcleos independentes. Cada núcleo transporta sinais distintos, multiplicando a capacidade total sem aumentar o espaço ocupado no cabo. O formato e a espessura mantêm compatibilidade com o cabeamento já instalado, permitindo, em teoria, uma atualização gradual das redes existentes.
Para preservar a integridade do sinal ao longo dos 1 800 km, os investigadores utilizaram amplificadores ópticos de última geração. O trajeto foi simulado com um segmento de 86,1 km, repetido 21 vezes, replicando as condições de uma ligação de longa distância.
Comparação com recordes anteriores
O valor agora registado supera o resultado obtido por cientistas britânicos em 2024, que atingiram 50 250 Gbps. Embora o NICT já tenha demonstrado 212 000 Gbps em experiências passadas, esse desempenho correspondeu a distâncias consideravelmente mais curtas, pelo que não se configurava como recorde de transmissão de longo curso.
Contexto e impacto na era pós-5G
A demonstração decorreu durante a 48.ª Conferência de Comunicações por Fibra Óptica (OFC 2025), em São Francisco, Estados Unidos. Segundo o NICT, o avanço responde à expectativa de crescimento explosivo do tráfego de dados nas redes pós-5G, exigindo soluções de alta capacidade que mantenham baixo custo de implementação.
O uso de fibras multicore aliadas a técnicas avançadas de amplificação óptica surge como caminho promissor para expandir a largura de banda sem substituir toda a infraestrutura subterrânea. O recorde agora alcançado constitui um passo importante para redes de próxima geração, capazes de suportar aplicações de elevada exigência, desde serviços de cloud até comunicações industriais em tempo real.

Imagem: Maximumm via olhardigital.com.br