Jane Goodall morre aos 91 anos e deixa legado ambiental

Jane Goodall morre aos 91 anos de causas naturais, informou o Jane Goodall Institute nesta quarta-feira. Reconhecida mundialmente por revolucionar a primatologia e pela defesa incansável do meio ambiente, a cientista britânica encerra uma vida dedicada a compreender e preservar a natureza.
O instituto destacou que as descobertas de Goodall mudaram a forma como a ciência vê os chimpanzés ao revelar suas personalidades, laços familiares e uso de ferramentas. Sua atuação abriu caminho para outras pesquisadoras, como Dian Fossey, e aproximou o público da vida selvagem por meio de filmes e revistas.
Jane Goodall morre aos 91 anos e deixa legado ambiental
Nascida em Londres em 1934 e criada em Bournemouth, Goodall alimentava desde a infância o sonho de conviver com animais selvagens. Sem recursos para a universidade, trabalhou como secretária até economizar para uma viagem ao Quênia em 1957, onde conheceu o antropólogo Louis Leakey. Sob sua orientação, fundou o centro de pesquisa em Gombe, na atual Tanzânia, identificando que chimpanzés comem carne, travam guerras e constroem ferramentas, descobertas que abalaram conceitos sobre a linha que separa humanos de outros primatas.
Ao longo das décadas, a primatologista transformou-se em referência global em conservação. Após perceber a destruição de habitats, passou a dedicar-se à defesa do clima e à educação ambiental. Criou, em 1977, o Jane Goodall Institute, expandido para projetos de saúde, advocacia e o programa Roots & Shoots, destinado a crianças.
Goodall foi homenageada com o título de Dama do Império Britânico em 2003 e, em 2025, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos. Mesmo na nona década de vida, mantinha agenda de cerca de 300 dias de viagens anuais, incentivando ações urgentes contra as mudanças climáticas.
Autora de mais de 30 livros, entre eles o best-seller “Reason for Hope”, Goodall reiterava sua fé na capacidade humana de regenerar o planeta. “Há esperança; está em nossas mãos”, afirmou em conferências e entrevistas, como lembrou a National Geographic.
Deixa o filho Hugo “Grub” van Lawick, fruto do casamento com o cinegrafista holandês Hugo van Lawick, falecido em 2002. Seu segundo marido, Derek Bryceson, morreu em 1980.
Goodall transformou a relação entre ciência e natureza, mostrando que a proteção ambiental é indissociável do futuro humano. Para continuar informado sobre temas essenciais como este, visite nossa editoria de Notícias e Tendências e acompanhe os próximos conteúdos.
Crédito da imagem: AP Photo/Manuel Balce Ceneta
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