Israel interrompe ajuda ao norte de Gaza em ofensiva
Israel interrompe ajuda ao norte de Gaza após anunciar que suspenderá lançamentos aéreos e reduzirá a entrada de caminhões com suprimentos na região, preparando nova evacuação de centenas de milhares de palestinos para o sul.
Israel interrompe ajuda ao norte de Gaza em ofensiva
Um representante do governo israelense, sob condição de anonimato, confirmou à Associated Press que os lançamentos aéreos sobre a Cidade de Gaza serão suspensos nos próximos dias e que o fluxo de caminhões de ajuda será limitado. A medida acompanha o avanço da ofensiva contra o Hamas, classificado por Israel como ainda ativo em túneis subterrâneos na área.
A decisão ocorre poucos dias depois de o Exército israelense encerrar as pausas diurnas nos combates, instauradas para facilitar a distribuição de suprimentos. Segundo as Nações Unidas, seriam necessários ao menos 600 caminhões diários para atender os mais de dois milhões de habitantes da Faixa, número jamais alcançado desde o início da guerra há 23 meses.
Imagens obtidas pela AP exibem explosões sucessivas durante a madrugada em diferentes pontos do enclave. O Exército afirmou ter atingido um “integrante-chave” do Hamas próximo à Cidade de Gaza, sem detalhar o nome ou o resultado da operação.
Relatórios recentes de especialistas globais em segurança alimentar registraram quadro de fome na região. O intervalo de vários dias sem lançamentos aéreos agrava o cenário, enquanto moradores relatam falta de água potável e alimentos.
A presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, alertou que “é impossível realizar uma evacuação em massa de forma segura e digna” diante da destruição de infraestrutura e da escassez de recursos básicos.
Dados do Ministério da Saúde de Gaza apontam mais de 63 mil mortes desde outubro de 2023, cerca de metade delas mulheres e crianças. Pelo menos 332 palestinos, entre eles 124 crianças, teriam sucumbido a causas relacionadas à desnutrição.
Do lado israelense, familiares dos 48 reféns ainda em poder do Hamas voltaram às ruas para exigir um cessar-fogo que possibilite a libertação dos sobreviventes. Milhares se reuniram em Tel Aviv, responsabilizando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por eventuais mortes dos cativos.
Organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas, criticam a redução da assistência e alertam para o risco de colapso humanitário completo no norte da Faixa de Gaza.
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Crédito da imagem: Globalnews.ca