Israel destrói torre em Gaza pela segunda vez em dois dias, intensificando a ofensiva sobre a maior cidade do enclave palestino. Na manhã deste sábado (8), o Exército israelense demoliu o Sussi Tower, edifício de vários andares localizado no centro de Gaza City, alegando que o imóvel era usado pelo Hamas. O grupo militante nega a acusação, e até o momento não há confirmação oficial sobre vítimas.
Antes do ataque, aviões israelenses lançaram panfletos instruindo moradores a migrar para al-Mawasi, área costeira ao sul considerada “zona humanitária” por Tel Aviv. A Organização das Nações Unidas (ONU) contesta a segurança do local, classificando os acampamentos improvisados como superlotados e sem infraestrutura básica.
Israel destrói torre em Gaza e amplia ofensiva na cidade
A destruição do Sussi Tower ocorre 24 horas após a queda do Mushtaha Tower, no bairro al-Rimal. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o colapso da estrutura logo após uma explosão na base. Segundo o porta-voz militar Avichay Adraee, “medidas preventivas” foram adotadas, como alertas prévios e o uso de munição de precisão. Já porta-vozes da Defesa Civil de Gaza afirmam que famílias deslocadas se abrigavam no edifício, acusando Israel de “deslocamento forçado”.
Relatórios de satélite analisados pela ONU indicam que bairros inteiros foram arrasados nas últimas semanas. Estima-se que quase um milhão de civis ainda permaneçam em Gaza City, onde a própria organização declarou estado de fome no mês passado.
A ofensiva israelense começou após o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados no sul de Israel. Desde então, o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas contabiliza 63.746 mortes em Gaza, incluindo 367 por desnutrição.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou a intenção de manter controle total da Faixa de Gaza até que “os objetivos militares sejam atingidos”. Enquanto as negociações indiretas para um cessar-fogo seguem estagnadas, organizações humanitárias alertam para um “desastre iminente” caso a operação terrestre avance ainda mais pelo norte do território.
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Crédito da imagem: AFP via Getty Images
