Israel abre rota temporária em Gaza para evacuação

Israel abre rota temporária em Gaza nesta quarta-feira (12) e promete manter o corredor por 48 horas, permitindo que palestinos deixem a Cidade de Gaza rumo ao sul enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificam a ofensiva contra militantes do Hamas.

O novo trajeto, na estrada Salahudin, foi anunciado por meio de panfletos lançados sobre a região. O Exército fixou prazo até o meio-dia de sexta-feira para a retirada, mas milhares de moradores relutam em partir devido ao risco de ataques no caminho, à escassez de alimentos no sul e ao temor de deslocamento permanente.

Israel abre rota temporária em Gaza para evacuação

Segundo autoridades de saúde locais, ao menos 50 palestinos morreram nesta quarta, 39 deles na Cidade de Gaza, elevando o número de vítimas desde o início da guerra, há dois anos, para mais de 65 000. Organizações de resgate afirmam que o total real é maior, pois muitos corpos continuam sob escombros.

Israel estima que 400 000 pessoas viviam na cidade em 10 de agosto, quando anunciou o plano de retomada do controle. Desse contingente, cerca de 40% já teriam fugido; a assessoria de imprensa de Gaza calcula 190 000 deslocados para o sul e 350 000 para áreas centrais e oeste da urbe.

Blindados israelenses avançam por três frentes, mas ainda sem conquista ampla do centro. Um representante do governo indicou que os combates devem se intensificar nos próximos dois meses e que a captura completa pode levar “meses”, a menos que um cessar-fogo — hoje improvável — seja firmado.

A ofensiva sofre críticas internacionais. Em relatório divulgado na terça, a Comissão de Inquérito da ONU concluiu que Israel cometeu genocídio em Gaza, acusação classificada por Tel Aviv como “escandalosa e falsa”. Organizações humanitárias temem “deslocamento em massa” para acampamentos superlotados no sul, onde a crise de fome se agrava.

A violência alcançou até o Hospital Infantil Rantissi, único especializado em câncer e insuficiência renal na região. O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas relatou ataque de drone com granadas, sem feridos, mas que obrigou 40 famílias a retirar crianças gravemente doentes.

Moradores continuam a relatar destruição generalizada. No campo de refugiados de Nuseirat, um bombardeio arrasou um edifício de vários andares, provocando fuga em pânico dos vizinhos. Na terça, cinco civis morreram quando o veículo em que viajavam ao sul foi atingido por um míssil.

Para especialistas da Organização das Nações Unidas, “nenhum lugar é seguro” no enclave, crítica que ecoa entre governos estrangeiros e ONGs.

Acompanhe a evolução do conflito e seus impactos humanitários na nossa editoria de Notíciase tendências e fique informado sobre os próximos desdobramentos.

Crédito da imagem: Global News

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.