Intoxicação alimentar atinge 1.258 alunos na Indonésia

Intoxicação alimentar atinge 1.258 alunos na Indonésia

Intoxicação alimentar atinge 1.258 alunos na Indonésia na mais recente onda de problemas ligados ao programa nacional de merenda escolar gratuita, carro-chefe do presidente Prabowo Subianto. Entre segunda e quarta-feira, autoridades de saúde do distrito de Cipongkor, em Java Ocidental, confirmaram que 1.258 crianças apresentaram dores abdominais, tontura, náusea e, em alguns casos, falta de ar.

Os casos sucedem outro surto que afetou 800 estudantes na semana anterior em Java Ocidental e em Celebes Central. Desde janeiro, o Ministério da Nutrição do país contabiliza 4.711 ocorrências de intoxicação, enquanto a ONG Rede de Monitoramento da Educação da Indonésia (JPPI) fala em 6.452 vítimas até 21 de setembro.

Intoxicação alimentar atinge 1.258 alunos na Indonésia

No episódio desta semana, os alunos consumiram frango ao molho de soja, tofu frito, vegetais e fruta. Investigações preliminares apontam falha técnica da Unidade de Serviços de Suprimento de Nutrição (SPPG), cujas operações foram suspensas temporariamente em Cipongkor. O regente de Bandung Ocidental, Jeje Ritchie Ismail, classificou o incidente como “evento extraordinário”, o que permite mobilizar recursos emergenciais para atendimento rápido.

A despeito dos pedidos de ONGs para um congelamento do programa, o ministro coordenador para Empoderamento Comunitário, Muhaimin Iskandar, afirmou que “não há planos de interrompê-lo”. O projeto prevê fornecer almoço gratuito a 80 milhões de estudantes e já consumiu US$ 10 bilhões do orçamento de 2024, valor que pode chegar a US$ 28 bilhões até 2026. Para efeito de comparação, a Índia gasta US$ 1,5 bilhão por ano para alimentar 120 milhões de crianças, e o Brasil opera iniciativa semelhante a custo equivalente, atendendo 40 milhões de alunos.

Especialistas temem que o montante elevado traga riscos adicionais. Programas de assistência social de grande escala na Indonésia historicamente enfrentam casos de corrupção, alerta Muhammad Rafi Bakri, analista da Controladoria-Geral do país. Além disso, a pesquisadora Maria Monica Wihardja, do ISEAS-Yusof Ishak Institute, ressalta que não há evidências de “urgência generalizada” para refeições gratuitas, visto que menos de 1% dos domicílios indonésios passaram um dia sem comida em 2024.

Em contrapartida, defensores sustentam que a medida combate o nanismo infantil, condição que afeta 20% das crianças menores de cinco anos no arquipélago. Programas de alimentação escolar já demonstraram melhora em presença e desempenho acadêmico, segundo estudos da Organização Mundial da Saúde.

Diante da sequência de surtos, o coordenador nacional da JPPI, Ubaid Matraji, exige que o governo declare estado de surto e faça uma revisão completa. Uma das propostas em discussão é transferir diretamente o recurso às famílias, permitindo que os pais preparem a refeição das crianças, ideia rejeitada pelo órgão de nutrição.

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Crédito da imagem: Getty Images

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