Intel garante envio dos Panther Lake em 2025 e anuncia quadro reduzido até 75 000 funcionários

A Intel assegurou que os primeiros processadores Panther Lake começam a ser expedidos ainda este ano, mantendo intacto o calendário associado ao novo processo de fabrico 18A, que já entrou em produção. Em simultâneo, a empresa prevê terminar 2025 com cerca de 75 000 trabalhadores, resultado de um programa de reestruturação em curso.

Reestruturação global e cortes de pessoal

Num memorando enviado aos colaboradores, o diretor executivo Lip-Bu Tan reconheceu que «os últimos meses não foram fáceis» e justificou as medidas como essenciais para «simplificar a organização e aumentar a eficiência». O segundo trimestre registou encargos de reestruturação de 1,9 mil milhões de dólares, sobretudo relacionados com a reorganização das operações de fabrico e montagem.

Entre as iniciativas anunciadas contam-se o abrandamento do projecto de fabrico no Ohio, a consolidação das linhas de montagem da Costa Rica em instalações de maior dimensão no Vietname e na Malásia, bem como o cancelamento de expansões previstas para a Polónia e a Alemanha. Segundo Tan, a anterior estratégia fabril encontrava-se «excessivamente fragmentada».

Processo 18A sustenta próximas gerações

Com o 18A já a produzir wafers, a Intel vê neste nó a base para pelo menos três gerações de produtos cliente e servidor. O diretor financeiro David Zinsner indicou que o pico de produção só deverá ser atingido no início da próxima década, sublinhando o retorno de investimento esperado para um nó que «será utilizado durante muito tempo».

Após anos de rápida transição de nós — cinco em quatro anos —, o 18A representa um marco, agora reforçado pela variante 18A-P, que inclui tecnologias RibbonFET e PowerVia. Mesmo assim, as gamas actuais, como Raptor Lake no processo Intel 7, continuam a registar procura elevada.

Regresso do Hyper-Threading e prioridades de produto

Lip-Bu Tan criticou a decisão de abandonar o Hyper-Threading, considerando que a mudança colocou a empresa em desvantagem. O responsável defende o seu regresso para recuperar desempenho. Paralelamente, informou que irá aprovar pessoalmente cada produto antes de tape-out, apostando em projectos «mais limpos» e alinhados com as necessidades dos clientes.

Depois de Panther Lake, o foco passará para Nova Lake, destinado a colmatar lacunas no segmento desktop. O nó seguinte, 14A, continua em desenvolvimento, mas só deverá chegar ao mercado em 2028 ou 2029, dependendo de compromissos de volume.

Resultados e perspectivas financeiras

No segundo trimestre, a Intel registou prejuízos GAAP de 2,9 mil milhões de dólares, com receitas estáveis nos 12,9 mil milhões. A divisão Client Computing caiu 3 % para 7,9 mil milhões. Para o trimestre corrente, a empresa antecipa receitas entre 12,6 e 13,6 mil milhões, acima das expectativas dos analistas.

Tan concluiu que a Intel «tem muito a corrigir» para avançar, mas mantém total confiança no percurso delineado para Panther Lake e no potencial de longo prazo do processo 18A.

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Imagem: pcworld.com

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