Imagens de satélite revelam a dimensão dos incêndios na Europa sob temperaturas acima de 40 °C

Imagens obtidas a partir de satélites mostram a extensão dos incêndios florestais que atingem o sul da Europa numa altura em que uma intensa onda de calor eleva os termómetros para além dos 40 °C. Milhares de pessoas foram retiradas de zonas de risco e os serviços de proteção civil mantêm alertas de nível máximo em vários países.

Calor extremo e alertas vermelhos

Os institutos meteorológicos de Itália, França, Espanha, Portugal e dos países dos Balcãs emitiram avisos vermelhos para vastas áreas, sinalizando temperaturas consideradas perigosas para a saúde pública. A massa de ar quente e seco, que domina a região mediterrânica, facilita a propagação rápida do fogo e complica o trabalho de contenção no terreno.

Segundo as autoridades nacionais, os termómetros superaram repetidamente os 40 °C durante a última semana, criando condições propícias a ignições espontâneas e agravando a severidade dos focos existentes. A combinação de vegetação ressequida e ventos irregulares tem dificultado o controlo das chamas, obrigando as equipas de bombeiros a sucessivos realinhamentos de estratégia.

Impacto humano e respostas de emergência

Os incêndios obrigaram à evacuação de milhares de residentes e turistas em zonas rurais e costeiras. Abrigos temporários foram ativados em escolas, pavilhões desportivos e centros comunitários, garantindo alojamento, alimentação e apoio médico a quem perdeu o acesso às suas habitações ou alojamentos turísticos.

Equipas de bombeiros, elementos da proteção civil e voluntários concentram-se na defesa de povoações, infraestruturas críticas e áreas naturais protegidas. Meios aéreos têm sido mobilizados para o combate aos focos mais afastados das estradas, permitindo lançar água e retardantes sobre frentes de difícil acesso. Apesar desses esforços, vários hectares de floresta e pasto já foram consumidos pelas chamas.

As autoridades recordam que a exposição prolongada a calor extremo pode provocar desidratação, exaustão e golpes de calor, recomendando a limitação de atividades ao ar livre durante as horas de maior pico térmico. A população foi igualmente aconselhada a manter hidratação frequente e a verificar o estado de saúde de crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas.

Satélites como ferramenta de monitorização

Os dados recolhidos por satélites europeus, divulgados por plataformas de observação terrestre, permitem identificar a localização exata dos focos, medir a intensidade térmica e acompanhar a direção das frentes de fogo. Esta informação em tempo quase real é encaminhada para os centros de comando nacionais, facilitando a gestão de recursos no terreno e a definição de planos de evacuação.

Além do apoio imediato às operações de combate, as imagens de alta resolução fornecem registos valiosos para avaliação posterior dos danos ecológicos e económicos. Autoridades florestais utilizam-nos para mapear zonas de vegetação destruída e planear ações de reflorestação e prevenção.

Alterações climáticas prolongam a época de incêndios

Cientistas especializados em clima alertam que o aquecimento global está a tornar os verões mediterrânicos mais secos, prolongados e propensos a eventos extremos. Estudos recentes indicam que a época de incêndios nesta região já se estende por mais semanas do que há duas décadas, resultado direto do aumento das temperaturas médias e da redução de precipitação durante a primavera e o verão.

Ao favorecer períodos prolongados de seca, a tendência climática cria condições perfeitas para incêndios florestais mais frequentes e intensos. Investigadores defendem a necessidade de políticas de adaptação que incluam gestão proativa de combustíveis florestais, investimento em sistemas de alerta precoce e reforço de equipas especializadas.

Enquanto persistirem as temperaturas elevadas, as autoridades mantêm-se em estado de alerta máximo e apelam à colaboração da população na prevenção de comportamentos de risco, como o uso de fogo para queima de resíduos ou churrascos em zonas não autorizadas.

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Imagem: bbc.com

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