Importar eletrônicos: riscos de garantia no Brasil

Importar eletrônicos continua atraindo consumidores brasileiros em busca de preços menores e recursos que ainda não chegaram oficialmente ao país. No entanto, a prática esconde armadilhas que vão além do valor pago no cartão: falta de garantia, ausência de assistência técnica e dificuldade para encontrar peças originais.
No início de 2024, um aspirador-robô comprado no exterior funcionou perfeitamente durante oito meses, até apresentar ruídos anormais e perda de desempenho. A frustração do proprietário expôs a realidade por trás de muitos gadgets importados.
Importar eletrônicos: riscos de garantia no Brasil
Quando um produto é adquirido em lojas nacionais, o Código de Defesa do Consumidor assegura, no mínimo, 90 dias de garantia para bens duráveis. Já no caso de importação direta, a marca não é obrigada a oferecer qualquer cobertura, mesmo que possua representação oficial em solo brasileiro. O suporte se restringe ao direito de arrependimento em até sete dias após o recebimento.
A inexistência de uma rede de pós-venda local aprofunda o problema. Algumas empresas até mantêm centros de serviço no Brasil, mas restringem o atendimento a produtos comprados por canais oficiais. Para aparelhos grandes, como aspiradores-robô, isso significa ficar sem reparo autorizado, mesmo que o usuário esteja disposto a pagar pelo conserto.
Outro ponto crítico é a reposição de peças. Itens de desgaste — escovas laterais, filtros e panos mop — raramente chegam ao varejo nacional. A solução costuma ser a compra de componentes genéricos em marketplaces internacionais. Embora encaixem, a qualidade inferior compromete a performance: acúmulo de fios, entupimentos e limpeza ineficaz tornam-se rotinas.
Quando surge um defeito sério, a situação piora. Sem assistência oficial disposta a aceitar o equipamento e sem peças originais à venda, o produto pode se tornar inutilizável. Esse cenário revela o “lado sombrio” de importar eletrônicos: a economia inicial rapidamente se perde diante de um aparelho caro, parado e sem reparo certificado.
Antes de clicar em “comprar”, avalie se a marca vende o modelo no Brasil, se a assistência cobre itens importados e se há disponibilidade de acessórios originais. Esses cuidados ajudam a evitar gastos extras e dores de cabeça prolongadas.
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Crédito da imagem: Olga Miltsova / GettyImages
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