Ilhas de calor urbano em Manaus: estudo revela diferenças de até 10 °C entre cidade e floresta

Ilhas de calor urbano em Manaus: estudo revela diferenças de até 10 °C entre cidade e floresta

Ilhas de calor urbano foram identificadas em Manaus com discrepâncias que alcançam 10 °C quando comparadas às áreas de floresta adjacentes, segundo levantamento divulgado em junho de 2025. O estudo, realizado pela plataforma InfoAmazonia a partir de imagens do satélite Landsat 8, quantificou o fenômeno e expôs como a expansão da capital amazonense altera o conforto térmico de mais de 85 % dos habitantes.

Índice

Ilhas de calor urbano: o que o levantamento detectou em Manaus

A pesquisa analisou a temperatura de superfície de Manaus e de porções florestais vizinhas, entre elas a Reserva Florestal Adolpho Ducke. A principal constatação foi uma média urbana 3 °C superior à registrada dentro da mata. Além disso, 16 % do território municipal apresentou contraste mínimo de 5 °C, chegando a picos de 10 °C em determinados pontos. Esses números confirmam a presença de ilhas de calor urbano extensas e intensas, cenário que consolida a vegetação como fator decisivo no resfriamento local.

Metodologia: como o Landsat 8 mensurou as ilhas de calor urbano

O Landsat 8, satélite operacional de observação da Terra, forneceu as imagens térmicas que serviram de base para o estudo. A bordo, sensores detectam a radiação emitida pelo solo, convertendo-a em estimativas de temperatura de superfície. Esse procedimento garantiu uma comparação objetiva entre as regiões densamente edificadas e as parcelas cobertas por floresta amazônica. Ao cruzar as faixas orbitais que sobrevoam Manaus, o satélite capturou variações espaciais que dificilmente seriam observadas apenas por medições terrestres pontuais.

Diferenças de temperatura entre floresta e cidade: foco na Reserva Adolpho Ducke

A escolha da Reserva Adolpho Ducke como área de referência florestal serviu para ilustrar o abismo térmico produzido pela urbanização. O fragmento de mata, localizado próximo a bairros populosos, registrou temperaturas significativamente mais baixas, efeito atribuído à sombra e à evapotranspiração das árvores. Esses processos retiram calor do ambiente, liberando vapor d’água e estabilizando o microclima. Nos bairros vizinhos, onde o concreto e o asfalto predominam, essa dinâmica natural se perde, permitindo que o calor se acumule na superfície ao longo do dia.

Impacto das ilhas de calor urbano na população manauara

O estudo indica que mais de 85 % dos moradores de Manaus encontram-se em zonas cuja temperatura supera a de áreas florestais próximas. Na prática, isso significa maior necessidade de ventilação artificial, consumo elevado de energia elétrica e sensação térmica exacerbada. Como consequência, atividades cotidianas, horários de trabalho e uso de espaços públicos passam a ser reorganizados em função do calor persistente. A própria cultura local, marcada por encontros em praças e feiras, adapta-se ao microclima urbano mais seco e quente.

Outro reflexo observado na capital é o custo adicional de moradia e manutenção doméstica. O uso frequente de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado gera gastos significativos na conta de energia. A variação do custo de vida dentro da cidade costuma acompanhar não apenas a infraestrutura e a oferta de serviços, mas também o grau de exposição às ilhas de calor urbano, especialmente em regiões mais afastadas das manchas verdes remanescentes.

Floresta amazônica como elemento de resiliência climática

Manaus cresceu cercada por floresta, com bairros, avenidas e edifícios se estendendo ao longo de rios e fragmentos verdes. Essa configuração ímpar cria uma convivência direta entre ecossistema e tecido urbano. No dia a dia, a proximidade da mata se reflete em umidade elevada, chuvas frequentes e sensação térmica singular. Quando comparada a outras grandes capitais brasileiras, a cidade mantém bolsões de vegetação que atuam como “áreas de respiro”, amenizando o calor e proporcionando sombras estratégicas em parques e reservas urbanas.

A análise distribuída pela InfoAmazonia reforça que, onde a cobertura vegetal permanece, as temperaturas se mantêm mais baixas. Somado à sombra, o processo de evapotranspiração transfere parte do calor latente da superfície para a atmosfera, reduzindo a sensação térmica ao nível do pedestre. Em contrapartida, trechos altamente pavimentados absorvem radiação solar durante o dia e a devolvem em forma de calor à noite, mantendo o ambiente urbano aquecido por mais tempo.

Belém no radar: a evidência de ilhas de calor urbano na capital paraense

Embora o enfoque principal do levantamento recaia sobre Manaus, as imagens do Landsat 8 também detectaram ilhas de calor urbano em Belém. A capital paraense, igualmente inserida na Amazônia, exibe temperaturas de superfície elevadas em comparação a seus entornos florestais. A constatação sugere que a associação entre arborização e conforto térmico se repete ao longo da região Norte, onde a preservação de vegetação urbana desempenha papel central no controle do microclima.

Morar em Manaus: vantagens, desafios e adaptação ao clima

O contato direto com a natureza figura entre os pontos positivos destacados pelos moradores. Produtos regionais acessíveis, identidade cultural forte e uma paisagem marcada por rios e mata compõem o cotidiano da capital. Entretanto, o calor constante e a umidade elevada demandam ajustes na rotina. Vestuário, horários de deslocamento e atividades ao ar livre são permanentemente influenciados pelo clima amazônico.

Em termos de despesas, o custo de vida apresenta variação conforme o bairro, a infraestrutura e a proximidade de serviços. Itens como alimentação fora de casa e tarifa de transporte público oscilam dentro de parâmetros distintos de outras capitais. A conta de energia, por sua vez, tende a aumentar em residências que dependem intensamente de climatização artificial, prática muitas vezes inevitável nas áreas mais afetadas pelas ilhas de calor urbano.

Soluções baseadas na natureza: caminho para atenuar as ilhas de calor urbano

Projetos de mobilidade que integrem corredores ecológicos, ações de reflorestamento urbano e planejamento inteligente surgem como respostas propostas nos debates sobre Manaus. Ao tratar a floresta não como obstáculo, mas como aliada, a cidade pode reduzir as ilhas de calor urbano, ampliar espaços de convivência sombreados e reforçar a resiliência climática. A adoção de tecnologias de monitoramento, aliada ao conhecimento científico local, figura entre as estratégias apontadas para orientar políticas públicas e intervenções em áreas críticas.

Na agenda de discussões, a capital amazonense vem sendo citada como laboratório vivo para compreender até que ponto metrópoles tropicais podem crescer sem eliminar seus ecossistemas naturais. O estudo publicado em junho de 2025, ao quantificar a diferença térmica e mapear a distribuição das ilhas de calor urbano, fornece uma base factual robusta para futuros planejamentos urbanos voltados à mitigação do calor excessivo e à valorização da cobertura vegetal existente.

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