Ilhas Chagos: Papa Leo XIV celebra acordo histórico
Ilhas Chagos: Papa Leo XIV celebra acordo histórico
Ilhas Chagos: Papa Leo XIV celebra acordo histórico ao afirmar estar “encantado” com o tratado que transfere a soberania do arquipélago do Reino Unido para o Maurício, mantendo a base militar em Diego Garcia por 99 anos.
Ilhas Chagos: Papa Leo XIV celebra acordo histórico
Durante audiência no Vaticano com 15 refugiados do Grupo dos Chagos, o pontífice descreveu o novo tratado, assinado em maio, como “vitória significativa” na luta para reparar o que chamou de “grave injustiça”. O acordo garante que o Maurício reassuma o controle formal das Ilhas Chagos, enquanto Reino Unido e Estados Unidos conservarão a operação estratégica da base em Diego Garcia pelo período inicial de quase um século.
Falando em francês, o Papa ressaltou que a possibilidade de retorno dos chagossianos é “um sinal encorajador e símbolo poderoso no cenário internacional”. Ele enfatizou que todas as populações “devem ser respeitadas em sua identidade e direitos, sobretudo no direito de viver em sua terra”.
O governo britânico defendeu a manutenção do enclave militar, considerado “essencial” para a segurança do Reino Unido e de seus aliados. Em nota, Londres destacou que o tratado estabelece uma zona de exclusão de 24 milhas náuticas ao redor de Diego Garcia e prevê veto britânico a qualquer construção ou presença militar estrangeira nas demais ilhas.
Para viabilizar o pacto, o Reino Unido concordou em compensar o Maurício com média anual de 101 milhões de libras pelos próximos 99 anos. A medida ainda depende de ratificação pelos parlamentos britânico e mauriciano. Apesar do apoio do governo trabalhista, oposicionistas e alguns chagossianos residentes no Reino Unido criticam o compromisso, alegando risco estratégico crescente em relação à China.
O tratado encerra disputa que se estendia desde 1965, quando as Ilhas Chagos foram separadas do Maurício pouco antes da independência do país. Nos anos seguintes, milhares de habitantes foram removidos para abrir espaço à instalação da base anglo-americana, muitos realocados no Maurício, Seychelles ou na cidade britânica de Crawley, West Sussex.
Fontes do governo mauriciano classificaram o desfecho como “luta de 60 anos finalmente vencida”. Em maio, o Tribunal Superior de Londres rejeitou contestação de duas mulheres nascidas em Diego Garcia que buscavam suspender o entendimento.
Segundo análise da Reuters, a continuidade da presença militar ocidental no oceano Índico foi decisiva para o apoio de Londres. Especialistas avaliam que o acordo reforça a estabilidade regional, mas dependerá de garantias efetivas de repatriação para os chagossianos.
Para acompanhar outras pautas de geopolítica e tecnologia que impactam o cenário internacional, visite nossa editoria de notícias em Online Digital Soluções e continue informado.
Crédito da imagem: EPA

Imagem: Internet