IAs respondem por 45% das oportunidades em tecnologia e avançam em operações, finanças e marketing

IAs respondem por 45% das oportunidades em tecnologia e avançam em operações, finanças e marketing

A presença da inteligência artificial se consolidou como elemento central na distribuição de vagas de trabalho no Brasil. De acordo com o Panorama da Empregabilidade 2025/2026, da Gupy, 45% de todas as posições relacionadas a IA estão concentradas no setor de tecnologia. O estudo, baseado em dados coletados entre julho de 2024 e junho de 2025, também revela a penetração cada vez maior da automação em áreas tradicionalmente distantes do universo tecnológico, a evolução das habilidades técnicas demandadas e as consequências desse movimento para os modelos de trabalho e para a rotatividade de profissionais.

Índice

Domínio da tecnologia nas vagas de IA

Entre as seis macrocategorias avaliadas pela Gupy, tecnologia se mantém no topo quando o tema é inteligência artificial. A fatia de 45% reflete a afinidade natural do segmento com o desenvolvimento de software, a criação de produtos digitais e a gestão de infraestrutura de dados. A proximidade operacional com algoritmos, APIs e ambientes de nuvem facilita a adoção de soluções de IA e, por consequência, torna a busca por especialistas mais intensa nessa frente.

O relatório indica que a IA foi incorporada principalmente para otimizar fluxos de trabalho, automatizar tarefas repetitivas e garantir vantagem competitiva. Nessa dinâmica, desenvolvedores, engenheiros de dados e analistas de ciência de dados passam a dividir espaço com perfis híbridos que combinam programação, estatística e conhecimento de negócios.

Expansão da automação além do núcleo tecnológico

Logo após o setor de tecnologia, o estudo lista áreas que tradicionalmente não são associadas à IA, mas já apresentam adoção consistente. Operações aparece com 10,86% das vagas. Em seguida vêm Administrativo e Finanças (9,60%), Inovação ou Produto (6,84%) e Comunicação, Design e Marketing (6,03%). Nessas divisões, a inteligência artificial está sendo usada para aprimorar o controle de estoques, apoiar a tomada de decisões financeiras, acelerar ciclos de desenvolvimento de produtos e personalizar a experiência do consumidor.

Outros departamentos também iniciam uma guinada importante. Comercial responde por 5,53%, Atendimento ao Cliente por 4,74%, Gestão de Projetos e Processos por 4,65% e Recursos Humanos por 3,84%. A expectativa registrada pela Gupy é que essas porcentagens cresçam à medida que ferramentas de automação e assistentes baseados em IA se tornem mais acessíveis, reduzindo barreiras de custo e exigência técnica.

Habilidades técnicas em evidência

Quando se observa a descrição das vagas, o machine learning desponta como a competência mais solicitada, presente em 45,8% das oportunidades relacionadas a IA. Conceitualmente, trata-se de uma área da inteligência artificial que permite a sistemas aprender com dados e tomar decisões sem programação específica para cada tarefa. O volume de anúncios que mencionam essa especialidade reflete a relevância de modelos preditivos e classificadores em projetos corporativos.

Em seguida, aparecem os termos “IA Geral” (37,19%) — expressão genérica para conhecimentos amplos em inteligência artificial — e “Deep Learning” (8,96%), tecnologia baseada em redes neurais profundas. A distribuição desses percentuais sugere que as empresas buscam tanto profissionais com visão holística da disciplina quanto especialistas em técnicas avançadas de processamento de linguagem natural, visão computacional e análise de grandes volumes de dados.

Rotatividade elevada e modelos de trabalho

Paralelamente à adoção de IA, o mercado brasileiro lida com um índice de rotatividade considerado alto. Segundo o relatório, o turnover atinge 56%, superando França (43%) e Reino Unido (51%). A desconexão entre o formato de trabalho oferecido e as expectativas dos profissionais é apontada como um dos principais fatores por trás desse cenário.

Entre julho de 2024 e junho de 2025, aproximadamente 70% das vagas divulgadas na Gupy eram presenciais. Em contrapartida, o modelo híbrido representou no máximo 15% dos anúncios, com projeção de chegar a 20% em 2026. A participação das posições completamente remotas concentrou-se em nichos de tecnologia, marketing digital, atendimento online e gestão de projetos, segmentos que, por natureza, operam com maior flexibilidade geográfica.

Diante desse contexto, a plataforma cunhou o termo “SuperWorkers” para designar profissionais que combinam inteligência humana com competências técnicas em IA. A manutenção desse capital humano depende, segundo o documento, de políticas que valorizem escalas flexíveis e oportunidades de desenvolvimento contínuo em automação.

Indicadores de informalidade e geração de vagas

A pesquisa também examina o panorama trabalhista além das posições formais. A informalidade alcança 37,8%, equivalendo a quatro em cada dez trabalhadores brasileiros. Ao mesmo tempo, o setor de serviços criou quase 1 milhão de empregos no período analisado, enquanto a indústria adicionou 292 mil postos e o comércio, 277 mil. Esses números compõem o pano de fundo no qual a inteligência artificial emerge como diferencial competitivo e catalisador de novas carreiras.

Metodologia da pesquisa

O Panorama da Empregabilidade 2025/2026 foi elaborado a partir de dados da Gupy coletados entre julho de 2024 e junho de 2025. A empresa atua na aquisição e na gestão de pessoas, oferecendo plataforma que integra processos seletivos. As informações analisadas incluem descrições de vagas, competências citadas, modalidade de trabalho e estatísticas de contratação e desligamento.

Conexão entre automação e retomada do emprego

Os resultados do relatório sugerem que a disseminação de IA ocorre em um momento de recuperação gradual do mercado de trabalho brasileiro. Embora o país faça esforço para reduzir as taxas de desemprego, a incorporação de tecnologias de automação desponta como estratégia para impulsionar produtividade sem, necessariamente, contrair o número absoluto de postos de trabalho. A movimentação de serviços, indústria e comércio evidencia a capacidade de geração de novas vagas mesmo em meio a transformações tecnológicas intensas.

Perspectivas para 2026

Com a previsão de aumento do modelo híbrido para até 20% das vagas e a ampliação da procura por competências de IA, o relatório projeta crescimento da demanda por perfis híbridos em tecnologia, marketing digital, atendimento online e gestão de projetos. A consolidação dos “SuperWorkers” e a expansão de ferramentas de automação em setores como operações, finanças e recursos humanos apontam para um cenário em que a inteligência artificial se torna componente comum nos processos corporativos, remodelando a relação entre empresas e trabalhadores.

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