Hamas aceita parte do plano de paz de Trump para Gaza sob ultimato

Hamas aceita parte do plano de paz de Trump para Gaza e sinaliza disposição para libertar todos os reféns e abrir mão do controle do território, mas ressalta que algumas cláusulas ainda precisam ser debatidas com outras facções palestinas.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (data local), poucas horas depois de o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estabelecer prazo até domingo, às 18h (horário de Washington), para uma resposta definitiva do grupo. Trump advertiu que, sem acordo, “todo o inferno” se voltará contra o Hamas, numa escalada militar “como nunca vista”.
Hamas aceita parte do plano de paz de Trump para Gaza sob ultimato
Segundo o plano divulgado no início da semana ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o Hamas soltaria imediatamente os 48 reféns restantes — cerca de 20 ainda vivos —, se desarmaria e abandonaria o poder. Em contrapartida, Israel interromperia a ofensiva, retiraria tropas de grande parte do enclave, libertaria centenas de presos palestinos e facilitaria a entrada de ajuda humanitária, além de suspender projetos de relocação da população.
Condições em negociação
Em comunicado, o Hamas disse “apreciar os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os do presidente Trump”, e declarou aceitar a troca de prisioneiros “nos termos propostos”. O movimento, porém, não confirmou se concorda em se desarmar — exigência central de Washington e Tel Aviv que o grupo já rejeitou no passado.
A organização afirmou ainda estar pronta para “negociações imediatas” por meio de mediadores, a fim de discutir detalhes e transferir a administração de Gaza a um governo técnico palestino apoiado por países árabes e islâmicos.
Pressão internacional e cenário humanitário
O ultimato de Trump ocorre quando a guerra se aproxima do segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos em Israel e deflagrou a ofensiva que já matou mais de 66 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde local. A ONU alerta para a crise humanitária: especialistas confirmaram que Gaza City entrou em fome antes de a operação israelense se expandir, forçando 90% da população a se deslocar.
Para o pesquisador Aaron David Miller, do Council on Foreign Relations, a adesão parcial do Hamas “abre uma janela, mas não garante paz”, pois temas sensíveis, como o futuro político do enclave e a segurança israelense, seguem indefinidos.
Próximos passos
Israel e Estados Unidos ainda não responderam oficialmente à aceitação parcial. Egito e Catar, principais mediadores, defenderam ajustes no texto, sem detalhar quais. Caso o prazo expire sem entendimento, Trump prometeu apoio total a uma ofensiva ampliada de Israel até “aniquilar” o Hamas.
O desfecho das negociações determinará se Gaza passará a ser administrada por um conselho internacional supervisionado por Trump e pelo ex-premiê britânico Tony Blair, como prevê o plano, ou se o conflito entrará em nova fase de violência.
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Crédito da imagem: Global News / Reprodução
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