Greve na França paralisa serviços e protesta contra cortes

Greve na França mobilizou nesta quinta-feira, 25, entre 600 mil e 900 mil trabalhadores, estimou o Ministério do Interior, em reação ao plano de cortes orçamentários proposto pelo governo. A paralisação interrompeu metrôs, bloqueou vias em grandes cidades e manteve 98% das farmácias fechadas, conforme sindicatos.

Para conter eventuais distúrbios, foram destacados 80 mil policiais. Ainda assim, confrontos pontuais ocorreram em Lyon e Nantes, onde forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo. Mais de 110 manifestantes foram detidos até o meio da tarde.

Greve na França paralisa serviços e protesta contra cortes

O transporte público foi um dos setores mais afetados: várias linhas de metrô em Paris não abriram, e motoristas de ônibus aderiram à greve. Escolas e universidades também registraram piquetes; cerca de um terço dos professores cruzou os braços, enquanto estudantes bloquearam acessos e entoaram palavras de ordem.

Os sindicatos exigem mais investimento em serviços públicos, tributação maior sobre grandes fortunas e abandono total dos 44 bilhões de euros em cortes propostos pelo governo deposto de François Bayrou. A farmacêutica Cyrielle, 36 anos, disse que a política econômica do presidente Emmanuel Macron “não atende aos trabalhadores” e defendeu contribuição maior dos “muito ricos”.

Sophie Binet, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), afirmou que a presença maciça nas ruas é necessária “para obrigar governo e empregadores a abandonar medidas que beneficiam apenas os mais ricos”. Do lado do Executivo, o ministro do Interior em fim de mandato, Bruno Retailleau, prometeu agir “sem complacência” e ordenou prisões “ao menor deslize”.

O novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, tenta formar gabinete e negociar um orçamento aceitável para o Parlamento fragmentado em três blocos ideológicos. Mesmo sob pressão, ele não descartou totalmente os cortes, argumentando que a dívida pública – próxima de 50 mil euros por habitante – exige contenção.

Na semana anterior, movimentos de base já haviam levado 200 mil pessoas às ruas. A tensão aumentou após Bayrou perder voto de confiança por causa do plano de austeridade, situação semelhante à que derrubou seus antecessores Michel Barnier e o próprio Bayrou. Analistas veem o impasse fiscal como ameaça ao governo Lecornu.

Reportagem da BBC destaca que promotores temem infiltração de grupos radicais, motivo pelo qual lojas no centro de Paris fecharam preventivamente.

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Crédito da imagem: EPA

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