Google estreia Gemini 2.5 Deep Think e reserva acesso ao plano AI Ultra

Google colocou hoje em funcionamento o Gemini 2.5 Deep Think, modelo de inteligência artificial concebido para raciocínio avançado, disponível apenas para subscritores do plano AI Ultra. A activação cumpre o calendário previsto na apresentação do Google I/O e mantém a aposta da empresa em serviços premium de IA.

Modelo multiagente aposta no raciocínio avançado

O Deep Think é o primeiro sistema público da Google que recorre a uma arquitectura multiagente. Vários agentes de IA analisam a mesma questão em simultâneo, trocando saídas parciais antes da composição da resposta final. O processo exige maior capacidade de processamento, mas permite respostas mais extensas e contextualizadas.

Para reforçar o desempenho, a equipa de investigação recorreu a técnicas de aprendizagem por reforço. As rotinas calibram as interacções entre agentes, incentivando abordagens passo a passo e a selecção do melhor caminho lógico. De acordo com a empresa, o método melhora tarefas que exigem criatividade, planeamento estratégico e optimização incremental.

Disponibilidade e custos do serviço

O modelo foi activado na aplicação Gemini para utilizadores do plano AI Ultra, cuja mensalidade varia de 609 reais nos três primeiros meses para 1.209,90 reais a partir do quarto. Não há previsão para extensões a pacotes mais económicos. Nas próximas semanas, um grupo restrito de programadores terá acesso via API, medida que visa testar casos de uso empresariais e recolher feedback sobre a abordagem multiagente.

Resultados em testes de benchmark

Nos ensaios divulgados pela Google, o Deep Think registou 34,8 % no Humanity’s Last Exam (HLE), superando os valores do Grok 4, da xAI, e do o3, da OpenAI. Em programação competitiva, obteve 87,6 % no LiveCodeBench6, igualmente à frente dos principais concorrentes. A Google indica ainda ganhos visíveis em projectos de desenvolvimento web: páginas geradas pelo modelo receberam melhor avaliação estética e estrutura de código mais clara.

Aplicações académicas e expansão futura

Além dos testes públicos, a gigante tecnológica vai disponibilizar o modelo adoptado na preparação da Olimpíada Internacional de Matemática de 2025 a um número limitado de académicos. O objectivo é medir o impacto da abordagem multiagente em problemas de investigação e recolher sugestões para futuras optimizações.

Os dados obtidos servirão de base a versões subsequentes do Gemini, que poderão ser libertadas em outros patamares de preço ou integradas em produtos corporativos. A empresa não divulgou calendário para eventual abertura a todos os subscritores do ecossistema Google One ou Workspace.

Compromisso com directrizes europeias

Em paralelo com o lançamento, a Google confirmou que vai assinar voluntariamente o código de conduta sobre inteligência artificial proposto pela União Europeia. O documento detalha medidas de transparência, segurança e protecção exigidas pelo futuro AI Act. A adesão tem como objectivo garantir que ferramentas como o Deep Think cumpram normas de responsabilidade antes da entrada plena da legislação.

Com o Gemini 2.5 Deep Think, a Google reforça a aposta numa oferta de IA diferenciada por escalões de preço, aliando capacidades técnicas avançadas a um modelo de subscrição que procura segmentar utilizadores profissionais e entusiastas exigentes.

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Imagem: Koshiro K via olhardigital.com.br

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