Google lança Build in AI Studio e populariza vibe coding para criar aplicativos via texto

Em uma iniciativa voltada a simplificar o desenvolvimento de software, a Google apresentou o Build in AI Studio, uma nova experiência de vibe coding incorporada ao Google AI Studio. A solução gera aplicações completas a partir de descrições em linguagem natural, dispensando conhecimento avançado de programação. Disponível inicialmente de forma gratuita para qualquer pessoa com conta Google, o recurso utiliza apenas tecnologias internas da companhia.
- Quem conduz a novidade
- O que é o Build in AI Studio
- Como a ferramenta opera
- Tecnologias envolvidas
- Passo a passo para criar um aplicativo
- Função “Estou com Sorte” como geradora de exemplos
- Custos e limitações
- Ambiente de edição pós-geração
- Exportação e hospedagem
- Planos de evolução anunciados
- Possíveis riscos de uso indevido
- Cenário atual do desenvolvimento assistido por IA
Quem conduz a novidade
O lançamento está sob responsabilidade da Google, empresa que já mantém um ecossistema robusto de produtos baseados em inteligência artificial. O Build in AI Studio fica hospedado dentro do Google AI Studio, ambiente integrado que reúne modelos, APIs e ferramentas da marca.
O que é o Build in AI Studio
A nova funcionalidade consiste em uma interface de texto na qual o usuário descreve, em um único campo, a estrutura, a utilidade e os recursos desejados para um aplicativo. O sistema interpreta o pedido e devolve um código funcional que pode ser ajustado, executado na nuvem ou exportado para repositórios externos. Por adotar o conceito de vibe coding, o serviço transforma instruções escritas em componentes de software completos, possibilitando desde jogos até automações de tarefas artísticas ou de produtividade.
Como a ferramenta opera
Após receber o prompt, o Build in AI Studio aciona diferentes modelos de inteligência artificial da Google para interpretar, planejar e gerar cada parte do aplicativo. A primeira versão do código costuma ser produzida em menos de um minuto. Concluída essa etapa, o usuário é encaminhado para um ambiente de edição que separa a visualização do produto e o acesso ao código fonte. Assim, ajustes podem ser solicitados em tempo real, seja por comandos amplos, como alterar a personalidade de um chatbot, ou por detalhes específicos no trecho de código.
Tecnologias envolvidas
O Build in AI Studio está restrito ao portfólio proprietário da Google. A empresa lista cinco tecnologias principais que trabalham em conjunto:
• Gemini 2.5 Pro: modelo de linguagem usado para interpretar comandos, estruturar o diálogo com o usuário e atuar como chatbot.
• Gemini 2.5 Flash Image (também chamado Nano Banana): responsável pela criação de imagens que integram a interface ou a lógica do aplicativo.
• Imagen: solução que gera imagens de alta resolução para cenários em que a qualidade visual é fundamental.
• Gemini Live: módulo que produz respostas em áudio, útil em aplicativos com interação por voz.
• Veo 3: tecnologia dedicada à geração de vídeos, permitindo recursos multimídia sofisticados.
Passo a passo para criar um aplicativo
O fluxo de trabalho indicado pela Google segue uma sequência direta:
1. Acesso ao serviço: o interessado visita a página do Build in AI Studio e efetua login com a conta Google.
2. Definição do prompt: na caixa de texto principal, descreve-se a finalidade do aplicativo, as funcionalidades pretendidas e as tecnologias que devem ser empregadas.
3. Seleção de APIs: cartões na parte inferior da interface apresentam as opções de IA disponíveis. O usuário marca aquelas que deseja integrar ao projeto.
4. Geração automática: ao clicar em “Build”, o sistema monta a aplicação, etapa que normalmente exige menos de um minuto.
5. Edição e testes: concluída a geração, uma nova tela exibe o aplicativo em execução, o código gerado e uma área para solicitações de mudanças.
6. Salvamento e exportação: o resultado pode ser armazenado no GitHub, no Google Drive, baixado localmente ou executado na infraestrutura em nuvem da própria empresa.
Função “Estou com Sorte” como geradora de exemplos
Para quem ainda não sabe exatamente como estruturar um prompt, o Build in AI Studio oferece o botão “Estou com Sorte”. Derivado do buscador da Google, o recurso cria exemplos completos de solicitações e sugere automaticamente quais APIs internas se encaixam na proposta, permitindo que o usuário teste a plataforma ou adapte os casos apresentados.
Custos e limitações
A Google disponibiliza o Build in AI Studio sem cobrança inicial. Entretanto, eventuais custos podem surgir quando o projeto requer APIs mais avançadas, versões recentes de modelos de linguagem ou execução no serviço Cloud Run. Dessa forma, a gratuidade cobre o uso básico, mas o desenvolvimento profissional ou de larga escala pode acarretar despesas adicionais.
Ambiente de edição pós-geração
O espaço de edição fornece dois painéis distintos. No painel esquerdo, comandos em texto refinam ou transformam elementos do aplicativo, permitindo intervenções rápidas sem contato direto com a codificação. No painel direito, o criador visualiza a aplicação em tempo real e pode navegar pelo código completo. Essa divisão facilita a atuação de iniciantes, que podem concentrar-se nos ajustes sem comprometer a estrutura, e de usuários avançados, que têm acesso integral ao script para personalizações profundas.
Exportação e hospedagem
Concluída a etapa de ajustes, o Build in AI Studio oferece múltiplas formas de guardar o trabalho. O pacote gerado pode ser salvo em repositório GitHub, transferido para o Google Drive ou baixado em arquivo local. Caso o desenvolvedor opte pela execução imediata, o sistema pode ser implantado na nuvem da Google, o que simplifica a distribuição e a escalabilidade do aplicativo.
Planos de evolução anunciados
A empresa informou que a experiência deve receber recursos adicionais em versões futuras. Entre as prioridades estão a integração nativa com sistemas de segurança, mecanismos de autenticação e soluções de armazenamento de dados. Esses componentes não estão presentes na versão inaugural, mas são considerados essenciais para aplicações comerciais que lidam com informações sensíveis ou exigem conformidade regulatória.
Possíveis riscos de uso indevido
Embora o Build in AI Studio se proponha a democratizar a criação de software, a Google reconhece que técnicas de vibe coding já vêm sendo aproveitadas por agentes mal-intencionados. Existem relatos de aplicações semelhantes empregadas na elaboração de malwares, o que ressalta a importância das futuras camadas de segurança prometidas pela companhia.
Cenário atual do desenvolvimento assistido por IA
O Build in AI Studio se insere em um movimento mais amplo de ferramentas que convertem prompts em código, reduzindo barreiras técnicas e acelerando a prototipagem. Ao limitar-se a tecnologias proprietárias, a Google mantém controle sobre desempenho, atualizações e, potencialmente, sobre a monetização de recursos avançados. Para o usuário final, a principal vantagem reside na capacidade de transformar ideias em produtos funcionais sem dominar linguagens de programação, enquanto a principal restrição envolve dependência do ecossistema e possíveis custos futuros.
Com a disponibilidade imediata e integração direta a serviços em nuvem, o lanceramento reforça a estratégia da Google de centralizar soluções de inteligência artificial em uma plataforma única, equilibrando facilidade de uso, poder de processamento e eventual modelo de negócios baseado em consumo de APIs.
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