Golpistas exploram febre do “morango do amor” com sites falsos e promoções tentadoras
O “morango do amor” tornou-se um sucesso imediato nas confeitarias brasileiras, mas o entusiasmo abriu espaço para esquemas que lesam consumidores com ofertas demasiado atrativas. Páginas fictícias anunciam o doce a preços muito abaixo do habitual, recolhem pagamentos via Pix e desaparecem sem entregar qualquer encomenda.
Ofertas que soam boas demais
Os sites fraudulentos anunciam packs de três unidades por 19,90 reais, seis por 29,90, oito por 36,90 e doze por 49,90. Para aumentar a credibilidade, exibem selos de “segurança”, fotografias apelativas e contadores de tempo que simulam promoções limitadas. O frete gratuito para todo o território brasileiro, incomum em produtos perecíveis, funciona como isco adicional.
Quando o utilizador avança para o pagamento, surge um QR Code destinado a transferência instantânea. Após a confirmação da operação, a página fica bloqueada a carregar indefinidamente, impedindo a recuperação do valor ou qualquer contacto com o alegado vendedor.
Impulsionar a procura, facilitar o golpe
Dados do iFood indicam uma subida de 2 300 % nos pedidos de “morango do amor” em julho, face a junho, fenómeno que despertou o interesse dos burlões. No Instagram, a confeitaria Phamela Gourmet, com mais de quatro mil publicações legítimas, foi alvo de clonagem. Criminosos criaram mais de dez perfis que imitavam a identidade visual da loja, encaminhando seguidores para as páginas de venda falsas.
Como reduzir o risco de fraude
Especialistas em segurança recomendam atenção redobrada perante preços muito inferiores aos praticados no mercado. Ofertas com cronómetro regressivo ou alegado stock limitado merecem a mesma desconfiança.
Antes de concluir qualquer compra, é aconselhável:
- verificar se o site apresenta CNPJ válido e dados de contacto claros;
- consultar avaliações em plataformas de reclamações;
- evitar pagamentos exclusivos por Pix ou métodos sem proteção ao comprador;
- confirmar a reputação de perfis nas redes sociais, atentando ao número de publicações e interações reais.
Alerta permanece
A popularidade do doce pode ser passageira, mas os golpes tendem a manter-se enquanto houver procura. Consumidores que já tenham sido lesados devem reunir provas da transferência e apresentar queixa às autoridades policiais, além de notificar a instituição bancária. A vigilância contínua e a verificação minuciosa de cada oferta continuam a ser as formas mais eficazes de evitar prejuízos.

Imagem: tecmundo.com.br