A Zenox divulgou, em julho de 2025, um relatório que alerta para o chamado “Golpe do Recibo”, esquema que recorre a documentos de compra falsificados para legitimar produtos pirateados, furtados ou de origem desconhecida.
Como o golpe é executado
Criminosos oferecem serviços online que geram recibos quase idênticos aos emitidos por marcas oficiais. Basta preencher um formulário com nome, data, valor e loja para receber, em segundos, um PDF, imagem ou e-mail com aparência autêntica. O acesso às ferramentas ocorre em comunidades fechadas, como Telegram ou Discord, mediante pagamento único ou subscrição mensal.
Os recibos reproduzem logótipos, formatos de e-mail e referências fiscais, aumentando a credibilidade do anúncio em sites de revenda, marketplaces e redes sociais. O comprador, convencido pela documentação, adquire o artigo sem suspeitar da fraude e só descobre o problema ao solicitar suporte junto à marca.
Alvos e expansão geográfica
O principal alvo são consumidores finais que procuram artigos usados com preços atractivos. As plataformas de comércio electrónico também são afetadas, pois precisam gerir queixas, reembolsos e perda de confiança. Segundo a Zenox, o esquema ganhou força na Europa e já inclui várias marcas brasileiras, sugerindo crescimento rápido noutras regiões.
Riscos para marcas e utilizadores
As empresas vêem a sua imagem associada a produtos de baixa qualidade, enquanto lidam com reclamações de clientes enganados. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação calcula que prejuízos relacionados com pirataria somaram 471 mil milhões de reais apenas em 2024, cenário que tende a agravar-se com técnicas como a falsificação de recibos.
Recomendações de prevenção
Especialistas indicam três medidas básicas:
- Solicitar códigos de verificação, QR Codes ou números de série além do recibo.
- Manter toda a comunicação e pagamento dentro das plataformas oficiais de venda.
- Desconfiar de preços demasiado baixos e verificar reputação e avaliações do vendedor.
Adotar estes cuidados reduz significativamente o risco de cair no “Golpe do Recibo”.