GOG liberta 13 jogos adultos sem DRM por tempo limitado
A plataforma GOG lançou a campanha FreedomToBuy, disponibilizando gratuitamente 13 jogos para maiores de 18 anos durante 48 horas. A iniciativa responde à recente retirada de títulos com conteúdo sexual explícito noutras lojas digitais, motivada por pressões de processadores de pagamento como Visa e Mastercard.
Campanha FreedomToBuy contesta remoções
Conhecida pelo catálogo sem DRM e pela aposta na preservação digital, a GOG afirma que os jogos agora oferecidos «são todos legais, desenvolvidos de forma responsável e não deveriam desaparecer por desconforto ou imposições externas».
A empresa argumenta que, quando um jogo é removido hoje, «revivê-lo amanhã torna-se exponencialmente mais difícil», sublinhando o impacto da deslistagem na memória cultural dos videojogos. Ao facilitar o resgate gratuito, a GOG pretende sensibilizar utilizadores, criadores e outras lojas para o debate em torno da censura de títulos adultos.
Disponibilidade e condições
Os jogos podem ser adicionados à conta até às 08:59 de 3 de agosto (hora de Brasília). Uma vez resgatados, permanecem no perfil do utilizador sem limite de tempo, dispensando validações online ou clientes dedicados. O processo decorre no portal FreedomToBuy.games, onde são reunidos argumentos sobre liberdade criativa e acesso a conteúdos digitais.
Como resgatar os títulos gratuitos
O procedimento envolve três passos:
- Aceder ao site da campanha e selecionar os jogos desejados;
- Criar ou iniciar sessão numa conta GOG, operação gratuita e imediata;
- Transferir os ficheiros para o computador, graças à política sem DRM da loja, que permite jogar offline.
Embora a campanha tenha duração limitada, os ficheiros podem ser descarregados a qualquer momento depois de associados à conta.
Lista dos 13 jogos incluídos
Todos os títulos são recomendados apenas para adultos, apresentando temáticas eróticas, violência explícita ou conteúdo considerado NSFW. A seleção reúne visuais novels, jogos de ação, terror e simuladores:
- Leap of Love – Visual novel com elementos de RPG sobre um sapo transformado em príncipe.
- Being a DIK – Season 1 – Drama universitário interactivo centrado em escolhas morais.
- Leap of Faith – Narrativa sobre recomeços, relacionamentos e saúde mental.
- POSTAL 2 – Shooter em primeira pessoa focado em humor negro e liberdade para causar caos.
- House Party – Simulador de festa com interações dirigidas pelo jogador.
- HuniePop – Combinação de match-3 com visual novel de teor erótico.
- Lust Theory – História de viagens temporais com exploração de relações sensuais.
- Agony + Agony Unrated – Título de terror passado no Inferno, disponível em versão sem censura.
- Treasure of Nadia – Aventura em ilha tropical com exploração e mistério.
- Summers Gone – Season 1 – Drama universitário sobre trauma e amadurecimento.
- Fetish Locator Week One – Visual novel que aborda fetiches e decisões morais.
- Helping the Hotties – Comédia interactiva com situações eróticas.
- Sapphire Safari – Aventura de fantasia centrada em exploração e sensualidade.
Contexto da polémica
Desde o início do ano, a Steam, a Itch.io e outras plataformas têm removido ou restringido jogos com elevado teor sexual, citando dificuldades na integração de sistemas de pagamento. Embora Visa e Mastercard neguem envolvimento direto, estúdios independentes relatam exigências adicionais de conformidade para títulos classificados como adult only.
Ao oferecer os 13 jogos gratuitamente, a GOG procura ilustrar o impacto destas políticas. A loja incentiva ainda outros desenvolvedores a juntarem-se à campanha, defendendo que os jogadores devem poder «comprar ou jogar hoje e no futuro» conteúdos que respeitem a legislação.
Impacto na preservação digital
A ausência de DRM permite aos utilizadores descarregar cópias locais, assegurando acesso mesmo que o jogo seja posteriormente removido de lojas ou servidores. Segundo a GOG, este modelo reforça a preservação histórica e protege o investimento do consumidor.
Além de servir como protesto, a campanha FreedomToBuy visa ampliar o debate sobre controlo corporativo, liberdade artística e futuro dos videojogos adultos na distribuição digital.

Imagem: tecmundo.com.br