Entenda o gênero collectathon: origens, características e oito jogos que exemplificam a proposta

- O que é um game collectathon
- Como o subgênero se consolidou
- Por que perdeu força e como retornou
- Elementos essenciais de jogabilidade
- Oito jogos que exemplificam o collectathon
- Yooka-Replaylee
- A Hat in Time
- Spyro Reignited Trilogy
- New Super Lucky’s Tale
- Banjo-Kazooie
- Donkey Kong 64
- Jak and Daxter: The Precursor Legacy
- Super Mario 64
- O legado dos collectathons
O que é um game collectathon
No universo dos jogos de plataforma, o termo collectathon descreve títulos cuja estrutura de design gira em torno de coletar itens espalhados por mapas que prezam pela exploração. Esse formato nasceu durante a virada do 2D para o 3D, na segunda metade dos anos 1990, quando novas possibilidades de movimentação exigiam mecânicas capazes de preencher ambientes mais amplos. O resultado foi um subgênero que premia o jogador por vasculhar cada canto do cenário em busca de peças-chave, bônus e segredos.
Como o subgênero se consolidou
O ponto de partida costuma ser Super Mario 64. Lançado para o Nintendo 64, ele introduziu hubs centrais interligados a mundos autônomos, cada qual contendo objetivos associados às Power Stars. Poucos anos depois, Banjo-Kazooie refinou o conceito ao adicionar humor, colecionáveis variados e áreas ainda mais expansivas. Com essas bases, a lógica do collectathon ficou clara: alguns itens servem para desbloquear fases, outros para facilitar a obtenção dos itens principais, e há colecionáveis que apenas ampliam a pontuação ou liberam conteúdo adicional.
Por que perdeu força e como retornou
Durante os anos 2000, o estilo perdeu espaço para propostas que priorizavam ação contínua ou mundos abertos inspirados em fórmulas como a de Grand Theft Auto. Entretanto, por volta de 2015, estúdios independentes passaram a revisitar tendências da década de 1990, impulsionando uma retomada nostálgica dos collectathons. Esse movimento trouxe mecânicas clássicas de volta à discussão, agora auxiliadas por motores gráficos atuais e controles mais precisos.
Elementos essenciais de jogabilidade
Apesar das diferenças visuais entre as séries, o ciclo de jogo costuma seguir a mesma lógica:
• Exploração livre de ambientes tridimensionais.
• Coleta de itens principais, indispensáveis para abrir novas áreas ou avançar na história.
• Itens secundários que desbloqueiam habilidades ou facilitam a coleta dos itens centrais.
• Segredos opcionais voltados a recompensas estéticas ou desafios extras.
• Incentivo à revisita dos mundos, já que habilidades novas liberam caminhos antes inacessíveis.
Oito jogos que exemplificam o collectathon
A seguir, veja como essas características aparecem em títulos clássicos e recentes que representam bem a proposta.
Yooka-Replaylee
Remasterização de Yooka-Laylee, o jogo chega a PC, Nintendo Switch 2, PlayStation 5 e Xbox Series X/S com melhorias gráficas, controles refinados, mapa integrado, viagem rápida e novos tipos de coletáveis. Desenvolvida pela Playtonic Games ‑ estúdio criado por ex-integrantes da Rare, responsável por Banjo-Kazooie ‑ a aventura apresenta o camaleão Yooka e a morcega Laylee em mundos contidos dentro de livros mágicos. O objetivo central é reunir páginas douradas capazes de restaurar essas obras, enquanto colecionáveis adicionais oferecem suporte à progressão ou revelam segredos.
A Hat in Time
Lançado para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One, o título faz um resgate deliberado da atmosfera dos collectathons da década de 1990. A protagonista, conhecida como Hat Kid, perde objetos chamados Time Pieces, essenciais para retomar sua viagem espacial. A jornada se dá por mundos amplos, e a coleta dos Time Pieces é o requisito para avançar. Paralelamente, a heroína coleta fios de lã que permitem costurar chapéus, cada qual conferindo habilidades como velocidade extra, elemento que reforça a necessidade de vasculhar cenários e revisitar fases quando se adquirem novos poderes.
Spyro Reignited Trilogy
Disponível em PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch, a coletânea reúne os três primeiros jogos da era PlayStation 1, agora com visuais modernizados pelo estúdio Toys for Bob. O dragão roxo Spyro explora ambientes vibrantes onde a coleta de itens é condição de progresso. Conforme avança, o jogador reúne artefatos espalhados pelos mundos, obedecendo à estrutura clássica em que cada área oculta surpresas que demandam atenção minuciosa.
New Super Lucky’s Tale
Versão aprimorada de Super Lucky’s Tale, o jogo chegou a PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One trazendo gráficos refinados, controles revistos e níveis redesenhados. O protagonista é Lucky, uma raposa que precisa recuperar páginas mágicas e derrotar inimigos. Cada mundo funciona como um hub 3D recheado de moedas, páginas e passagens secretas. A obra combina segmentos em 3D, fases 2D de rolagem lateral e quebra-cabeças, ampliando a variedade de desafios sem abrir mão da coleta como motor principal.
Banjo-Kazooie
Lançado no Nintendo 64 e depois no Xbox 360, o game da Rare consolidou a fórmula dos collectathons. O urso Banjo e a ave Kazooie percorrem nove mundos em busca de numerosos colecionáveis usados para desbloquear novas porções do mapa principal. O design não linear estimula o retorno frequente às fases, pois determinadas áreas só ficam acessíveis quando o jogador obtém habilidades específicas.
Donkey Kong 64
Exclusivo do Nintendo 64, o título da Rare é lembrado pela quantidade elevada de itens a coletar, levando a dinâmica do subgênero a um patamar considerado extremo. Ao alternar entre Donkey Kong e outros quatro personagens, cada um dotado de habilidades próprias, o jogador resolve quebra-cabeças e explora ambientes vastos para impedir os planos do vilão King K. Rool.
Jak and Daxter: The Precursor Legacy
Produzido pela Naughty Dog para PlayStation 2, o jogo retomou a tradição de plataformas 3D no início dos anos 2000. O protagonista Jak explora um mundo interconectado, coleta itens e enfrenta inimigos, tudo guiado pela lógica do collectathon. As duas continuações da série mudaram de direção, optando por um modelo de mundo aberto com foco em ação, refletindo a diminuição do interesse pelo subgênero na época.
Super Mario 64
Considerado o precursor do estilo, o clássico do Nintendo 64 apresenta o encanador Mario explorando o castelo da Princesa Peach e adentrando quadros que levam a diferentes mundos. As Power Stars obtidas ao cumprir desafios permitem abrir novas áreas e enfrentar Bowser. A combinação de corrida, salto, nado e deslizamento criou um padrão de liberdade de movimento que influenciou toda a linhagem de collectathons.
O legado dos collectathons
Da criação de ambientes 3D com múltiplos segredos à ênfase em voltar a fases para buscar itens esquecidos, os collectathons se estabeleceram como plataformas que valorizam a exploração meticulosa. Ainda que o interesse tenha oscilado ao longo das décadas, a retomada promovida por estúdios independentes demonstra que o formato conserva apelo, sobretudo entre jogadores que apreciam revisitar jogos clássicos e descobrir tudo o que um cenário oferece.
Com o relançamento de antigos sucessos e a chegada de remasterizações como Yooka-Replaylee e Spyro Reignited Trilogy, a dinâmica de coleta permanece viva, provando que a maratona pela próxima peça escondida ainda encontra público disposto a explorar cada centímetro virtual.
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