Geleiras suíças recuam rapidamente e preocupam cientistas

Geleiras suíças recuam rapidamente e preocupam cientistas

Geleiras suíças recuam rapidamente e preocupam cientistas. A rápida retração das massas de gelo nos Alpes ficou evidente em imagens de 1990 a 2025, nas quais lagos substituem áreas antes cobertas por neve compacta. Medições do programa Glacier Monitoring in Switzerland (GLAMOS) revelam perda de 25% do volume nos últimos dez anos, reflexo direto do aquecimento global.

Em 2024, geleiras fora das grandes camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida perderam 450 bilhões de toneladas de gelo, volume capaz de encher 180 milhões de piscinas olímpicas, segundo relatório da Organização Meteorológica Mundial.

Geleiras suíças recuam rapidamente e preocupam cientistas

No passado, bastava uma curta caminhada para que o glaciologista Matthias Huss, hoje diretor do GLAMOS, alcançasse a boca da geleira do Rhône. Atualmente, o trajeto exige cerca de 30 minutos, sinal visível de recuo. “Cada visita traz à memória como o gelo avançava quando eu era criança”, recorda.

Nas décadas de 1970 e 1980, a perda anual de 2% do gelo era considerada extrema. O recorde negativo veio em 2022, com quase 6% de derretimento em apenas um ano, seguido por reduções expressivas em 2023, 2024 e 2025.

Casos emblemáticos reforçam a tendência. A geleira Clariden, em equilíbrio até o fim do século XX, derreteu rapidamente neste século. A Pizol, menor e mais ao nordeste, já desapareceu. A gigante Great Aletsch recuou 2,3 km em 75 anos, abrindo espaço para vegetação onde antes havia apenas gelo.

Embora oscilações naturais ocorram há milhões de anos, estudos mostram que as perdas aceleradas das últimas quatro décadas se devem às emissões humanas de dióxido de carbono. “Só explicamos esse ritmo levando em conta o CO₂”, afirma Ben Marzeion, da Universidade de Bremen.

Mesmo que a temperatura global se estabilize hoje, as geleiras vão continuar encolhendo por décadas devido ao atraso do sistema climático. A pesquisa publicada na revista Science indica que limitar o aquecimento a 1,5 °C poderia preservar metade do gelo restante; a rota atual de 2,7 °C levaria à perda de três quartos desse volume.

O impacto vai além da paisagem alpina. Nos Alpes, a água de degelo abastece rios, irriga plantações e gera energia. Em regiões como o “Terceiro Polo” asiático, onde 800 milhões de pessoas dependem da fusão de geleiras, a vulnerabilidade é ainda maior, especialmente em verões secos.

Apesar do cenário desafiador, pesquisadores ressaltam que ações de descarbonização ainda podem salvar parte significativa dessas reservas naturais. “Está em nossas mãos preservar as geleiras”, conclui a glaciologista Regine Hock, da Universidade de Oslo.

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Crédito da imagem: swisstopo e VAW Glaciology, ETH Zurich.

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