Gás lacrimogêneo: efeitos e riscos no controle de protestos
Gás lacrimogêneo: efeitos e riscos no controle de protestos
Gás lacrimogêneo: efeitos e riscos no controle de protestos dominam o debate sobre segurança pública sempre que forças policiais recorrem a esse agente químico para dispersar multidões. Apesar do nome, a substância é composta por partículas sólidas microscópicas que, quando dispersadas no ar, provocam irritação ocular, ardência na pele e dificuldades respiratórias quase imediatas.
Gás lacrimogêneo: efeitos e riscos no controle de protestos
As fórmulas mais usadas incluem o CS (orto-clorobenzilideno malononitrila), o OC (oleoresina capsicum, popular no spray de pimenta) e, com menor frequência, o CR (dibenzoxazepina). O CN (cloroacetofenona) perdeu espaço por maior toxicidade. Todos são classificados como agentes químicos irritantes, não como armas químicas de guerra, o que permite seu emprego em operações de segurança interna segundo a Convenção sobre Armas Químicas.
Quando as partículas alcançam olhos e mucosas, receptores nervosos sensíveis à dor são ativados. O resultado inclui lacrimejamento intenso, sensação de areia nos olhos, tosse, espirros e, em muitos casos, náusea. Em locais abertos, os sintomas normalmente cessam entre 15 e 30 minutos. Em ambientes fechados, porém, a concentração aumenta e o risco sobe, especialmente para asmáticos, idosos e crianças.
Ainda que rotulado “menos letal”, o gás lacrimogêneo não é isento de consequências. Há registros de lesões oculares, queimaduras químicas na pele e complicações respiratórias após exposições prolongadas. Estudos citados pela Organização Mundial da Saúde mostram que doenças pulmonares pré-existentes podem ser agravadas, e casos extremos já terminaram em óbito.
O caráter controverso também é jurídico. O tratado internacional proíbe seu uso em guerras, mas autoriza para policiamento interno, criando uma brecha criticada por entidades de direitos humanos. Essas organizações denunciam emprego excessivo, disparos em locais fechados e impacto sobre pessoas que não representam ameaça.
Em contato com o agente, especialistas recomendam sair imediatamente da área afetada, respirar ar fresco e lavar o rosto com água fria, sem esfregar os olhos. Remover roupas contaminadas ajuda a conter a irritação. Se os sintomas persistirem ou se houver histórico de problemas respiratórios, a busca por atendimento médico deve ser imediata.
A discussão sobre o gás lacrimogêneo vai além da química: envolve ética e proporcionalidade no uso da força. Enquanto autoridades defendem a substância como alternativa às armas letais, críticos cobram protocolos mais rígidos e transparência sobre seus reais efeitos.
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Crédito da imagem: Danilo Oliveira/ImageFX

Imagem: Danilo Oliveira