François Bayrou enfrenta voto de confiança decisivo
François Bayrou enfrenta voto de confiança decisivo
François Bayrou enfrenta voto de confiança decisivo logo em 8 de setembro, após apresentar um plano de cortes orçamentários de quase €44 bilhões que provocou reação imediata de toda a oposição francesa.
Pressão sobre um governo minoritário
No cargo desde dezembro, quando o gabinete anterior caiu, o primeiro-ministro lidera um governo minoritário dependente de acordos pontuais na Assembleia Nacional. Ao anunciar a moção de confiança, Bayrou afirmou que a França vive “um momento preocupante e, portanto, decisivo”, diante de um déficit fiscal que alcançou 5,8% do PIB em 2023.
Oposição unida contra os cortes
Da extrema-direita do Reagrupamento Nacional aos Socialistas, Verdes e ao bloco França Insubmissa, todos prometeram votar contra o Executivo. Jordan Bardella classificou o gesto do premiê como “o fim do seu governo”, enquanto Marine Le Pen defendeu a dissolução do Parlamento. À esquerda, o líder socialista Olivier Faure declarou ser “impensável” apoiar Bayrou, acusando-o de instaurar instabilidade política com um orçamento desamparado até por eleitores centristas.
Mercado reage e protestos ganham força
A Bolsa de Paris sentiu o impacto: o índice CAC 40 recuou 1,59% na segunda-feira e mais 2% na manhã seguinte. A tensão aumentou com a convocação nacional do movimento Bloquons tout (“Vamos bloquear tudo”), nascido nas redes sociais e agora endossado por sindicatos e grupos de esquerda, que pretende paralisar o país dois dias antes da votação.
Possíveis saídas para Macron
Se a moção for rejeitada, o presidente Emmanuel Macron terá três caminhos: manter Bayrou à frente de um governo interino, nomear um novo primeiro-ministro ou convocar eleições antecipadas. Segundo o ministro da Economia, Éric Lombard, ainda há margem para negociação, embora ele insista nos cortes previstos. Entre as propostas mais polêmicas está a eliminação de dois feriados nacionais, ponto que poderia ser flexibilizado em busca de apoio.
Analistas lembram que crises de confiança anteriores, como destaca a BBC, costumam redistribuir forças políticas e afetar a agenda econômica francesa.
Para acompanhar os desdobramentos deste voto de confiança e entender como o resultado pode influenciar a economia europeia, confira outras análises na editoria de Notícias e Tendências.
Crédito da imagem: AFP via Getty Images

Imagem: Internet