Foguete brasileiro Hanbit-Nano perde sinal após decolagem em Alcântara e levanta suspeita de explosão

Foguete brasileiro Hanbit-Nano perde sinal após decolagem em Alcântara e levanta suspeita de explosão

O foguete brasileiro Hanbit-Nano, operado pela empresa sul-coreana Innospace em cooperação com a Força Aérea Brasileira (FAB), decolou às 22h14 (horário de Brasília) desta segunda-feira, 22, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Instantes depois de deixar a plataforma, o veículo perdeu comunicação com a equipe de controle, e relatos de moradores sobre um estrondo na região fortaleceram a hipótese de explosão.

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Terceira tentativa do foguete brasileiro termina em perda de sinal

O episódio marcou a terceira tentativa de colocar o Hanbit-Nano em voo. Nas duas janelas anteriores, o lançamento precisou ser adiado, e a noite de 22 de dezembro tornou-se decisiva para a chamada Operação Spaceward. Durante os primeiros segundos após a decolagem, a transmissão oficial foi interrompida, e a Innospace comunicou apenas a perda das imagens sem fornecer, até o momento, mais esclarecimentos. Em paralelo, vídeos feitos por espectadores em áreas próximas, incluídas praias de São Luís, registraram um clarão seguido de som forte, elemento que leva especialistas a considerar a possibilidade de falha catastrófica.

Sem dados telemétricos divulgados, permanece incerto se o incidente decorreu de explosão em solo, falha no sistema de propulsão já em ascensão ou simples perda de enlace de comunicação. A FAB aguarda informações consolidadas da companhia e de suas próprias equipes para confirmar o que realmente ocorreu.

Como ocorreu o lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara

O CLA, situado na costa maranhense, recebeu aproximadamente 400 profissionais, entre militares, técnicos civis brasileiros e engenheiros sul-coreanos, para conduzir a Operação Spaceward. A estrutura logística incluiu preparação de combustível, checagem de sistemas de telemetria, isolamento de áreas de segurança e liberação de espaço aéreo e marítimo.

Às 22h14, com as verificações completadas, o veículo de 21,8 metros ganhou impulso e se desprendeu da torre. Segundo o cronograma de voo divulgado anteriormente, a missão previa o corte do motor principal após o consumo inicial do propulsor híbrido e, em seguida, a inserção em órbita a cerca de 300 quilômetros de altitude. No entanto, poucos segundos depois da partida, a central de controle do CLA perdeu as imagens e não pôde confirmar se o foguete atingiu a trajetória planejada.

Testemunhas localizadas em povoados nos arredores e na capital maranhense relataram um estampido e observaram iluminação incomum no céu, sincronizada ao momento em que a transmissão pública foi encerrada. Esses relatos reforçam o cenário de falha ainda nas imediações da base.

Tecnologia e especificações do foguete brasileiro Hanbit-Nano

O Hanbit-Nano é classificado como veículo de pequeno porte, projetado para atender ao crescente segmento de lançamento de nanosatélites. Com 21,8 metros de altura e massa próxima de 20 toneladas, utiliza arquitetura de propulsão híbrida, combinando combustível sólido com oxidante líquido. Essa configuração busca unir a simplicidade de motores sólidos à possibilidade de controle de empuxo proporcionada pelos estágios líquidos.

O plano de missão estabelecia o transporte de oito cargas úteis para a órbita baixa terrestre. Dentro desse conjunto, cinco seriam pequenos satélites de operação comercial e três, dispositivos experimentais. As aplicações previstas incluem observação da Terra, serviços de comunicação em banda estreita e ensaios científicos. A altitude de 300 quilômetros situa essas cargas na faixa inferior da órbita baixa, região popular entre operadores de cubesats devido ao menor custo de inserção e à redução de latência em comunicações.

Objetivos da Operação Spaceward e cooperação Brasil–Coreia do Sul

A Operação Spaceward nasceu de acordo firmado entre a FAB e a Innospace, com o propósito de viabilizar o primeiro lançamento comercial a partir do território brasileiro. Para a FAB, o sucesso da iniciativa demonstraria a capacidade técnica de Alcântara de operar voos privados regulares. Para a Innospace, o local oferece vantagem de proximidade com a linha do Equador, condição que reduz gasto de propelente na obtenção de órbita equatorial.

A parceria exigiu integração de protocolos de segurança dos dois países, transporte de equipamentos da Coreia do Sul, treinamento conjunto e calibração de sistemas de acompanhamento de voo. Além da etapa de lançamento, estavam previstos ensaios de recuperação de dados de telemetria, avaliação pós-voo das estruturas e divulgação de resultados a investidores interessados no mercado de veículos leves.

Impactos esperados para a Base de Alcântara e o mercado de lançamentos de foguete brasileiro

Antes da ocorrência da perda de sinal, a administração do CLA ressaltava que a validação de um lançamento comercial seria um divisor de águas para atrair novas empresas e impulsionar investimentos em infraestrutura. Alcântara já foi apontada como ponto estratégico por deter latitude favorável, área ampla de sobrevoo sobre o mar e clima que permite grande número de janelas de lançamento ao ano.

Com o incidente ainda sob análise, permanece a expectativa de que, confirmada a causa e implementadas correções, futuras campanhas possam reforçar a posição do Brasil no segmento de microlançadores. O mercado global de nanosatélites continua em expansão, motivado por programas de observação, Internet das Coisas e constelações de comunicação de baixa órbita. Assim, cada passo bem-sucedido — ou lição aprendida em falhas — tem potencial de consolidar um ecossistema nacional de produção, integração e envio de satélites de pequeno porte.

Próximos passos e investigação sobre a suposta explosão

Logo após a perda de contato, equipes de busca iniciaram varredura na área próxima ao CLA para identificar destroços ou sinais do veículo. A FAB informou que levantamentos iniciais abrangem análise de telemetria capturada até o último pacote de dados, entrevistas com operadores de console, revisão das sequências automatizadas e coleta de testemunhos de campo. Esse procedimento segue protocolo padrão para esclarecimento de anomalias em lançamentos.

Paralelamente, a Innospace reúne engenheiros responsáveis pelo estágio híbrido e pelos sistemas de guiagem para rastrear eventuais falhas de hardware ou software. Até que o laudo conjunto seja divulgado, não há previsão de nova data para tentativa de voo. Qualquer cronograma futuro dependerá dos resultados da investigação e da certeza de que a causa raízes esteja plenamente mitigada.

Assim que a análise técnico-operacional for concluída e uma posição oficial for anunciada pelos órgãos competentes, novas informações sobre o Hanbit-Nano e a continuidade do programa serão divulgadas ao público.

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