Flotilha para Gaza sai de Barcelona e desafia bloqueio
Flotilha para Gaza partiu neste domingo (7) do porto de Barcelona com cerca de 20 embarcações carregadas de alimentos, água e medicamentos, na maior tentativa já realizada de romper o bloqueio marítimo imposto por Israel à Faixa de Gaza há 18 anos.
Operação reúne 44 países e deve chegar em setembro
Batizada de Global Sumud Flotilla, a frota reúne delegações de 44 nações e poderá alcançar aproximadamente 70 barcos no trecho final, previsto para chegar a Gaza em 14 ou 15 de setembro, segundo o porta-voz Saif Abukeshek. Outras embarcações devem juntar-se ao comboio a partir de portos na Itália e na Tunísia nos próximos dias.
Entre os participantes estão a ativista sueca Greta Thunberg, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau, o ator irlandês Liam Cunningham e dezenas de jornalistas. Uma das embarcações, o centenário iate Sirus, simboliza a diversidade da frota, que vai de iates luxuosos a pequenos veleiros de madeira.
Contexto humanitário crítico em Gaza
O esforço ocorre enquanto Israel intensifica a ofensiva sobre a Cidade de Gaza, restringindo a entrada de suprimentos essenciais no norte do território palestino. Especialistas em segurança alimentar alertaram que a região já enfrenta fome, com meio milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar catastrófica. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 63 000 pessoas morreram desde o início do conflito, incluindo 332 palestinos vítimas de desnutrição — 124 deles crianças.
A ONU vem reiteradamente classificando o bloqueio como violação do direito internacional, cobrando a abertura de um corredor marítimo humanitário em sucessivos relatórios.
Tentativas anteriores e reação israelense
Esta é a quarta operação marítima de ajuda neste ano. Em maio, o navio Conscience foi atingido por drones após deixar Malta. Em junho, a embarcação Madleen, que também levava Greta Thunberg, foi interceptada e seus ocupantes deportados. Outro cargueiro, o Handala, acabou retido em julho, resultando na detenção de 21 ativistas e na apreensão de fórmula infantil, alimentos e medicamentos.
No sábado (6), autoridades israelenses anunciaram que pretendem reduzir ou suspender a entrada de ajuda humanitária no norte de Gaza enquanto ampliam a ofensiva contra o Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023.
Com a atenção internacional voltada para o Mediterrâneo, a flotilha pretende manter o curso e pressionar pela abertura de um corredor seguro. Acompanhe outras atualizações sobre conflitos e ajuda humanitária em nossa editoria de Notícias e Tendência e permaneça informado.
Crédito da imagem: Globalnews.ca