Falar durante o sono: entenda causas e quando se preocupar
Falar durante o sono: entenda causas e quando se preocupar
Falar durante o sono: entenda causas e quando se preocupar Falar durante o sono, também conhecido como sonilóquio, é uma parassonia presente em mais de 50 % da população ao longo da vida, segundo estudo conduzido pelos pesquisadores David Peeters e Martin Dresler.
Falar durante o sono: entenda causas e quando se preocupar
O corpo humano alterna entre as fases de sono REM (movimento rápido dos olhos) e não REM. Durante o sono REM, neurônios no tronco cerebral bloqueiam os movimentos musculares, o que impede a execução física dos sonhos. Já no sono não REM, essa “paralisia protetora” desaparece, abrindo espaço para que músculos responsáveis pela fala sejam ativados enquanto a pessoa permanece inconsciente. É justamente nessa janela que o sonilóquio surge, permitindo murmúrios, frases inteiras ou até gritos.
Curiosamente, episódios de fala também podem acontecer no sono REM quando, por frações de segundo, o mecanismo de bloqueio falha. Esse “curto-circuito” neurológico mostra que o cérebro continua parcialmente ativo, explicando outros comportamentos noturnos, como o sonambulismo.
De acordo com a cientista do sono Theresa Schnorbach, dois em cada três indivíduos falarão dormindo em algum momento, mas a frequência pode aumentar diante de fatores como estresse emocional, privação de sono, consumo de álcool, temperatura inadequada ou excesso de luz. O sonilóquio também aparece associado a transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Na maioria das vezes, falar durante o sono é inofensivo. Entretanto, episódios recorrentes, com gritos ou comportamentos bruscos, merecem avaliação médica, pois podem sinalizar distúrbios do sono ou questões de saúde mental. A busca por ambientes escuros, silenciosos e com temperatura amena, além de higiene do sono consistente, costuma reduzir as ocorrências.
Para entender melhor as fases do sono e suas implicações, a Fundação Nacional do Sono oferece guias detalhados baseados em evidências científicas.
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Imagem: GBALLGIGGS