Expo Osaka 2025 mostra como experiências práticas podem moldar o futuro

A Exposição Mundial de Osaka, marcada para 2025, adoptou o mote “Designing Future Society for Our Lives” e pretende demonstrar que a construção do amanhã passa, sobretudo, por acções concretas no presente. O certame reúne mais de 150 países e coloca em primeiro plano temas como saúde, bem-estar, inovação tecnológica e sustentabilidade.

Três eixos orientam os projectos

De acordo com a organização, as propostas exibidas distribuem-se por três pilares:

Inovação com propósito – soluções desenvolvidas para resolver problemas reais, da gestão de resíduos à mobilidade urbana;

Conexão entre culturas – espaços que incentivam a partilha de conhecimento e a cooperação internacional;

Transformação sensível – experiências imersivas que recorrem a som, luz e aroma para envolver o visitante e suscitar reflexão.

A tónica recai, portanto, na demonstração prática. Pavilhões erguidos com madeira de origem certificada, instalações interactivas que medem impactos ambientais em tempo real ou percursos olfactivos que evocam memórias de infância procuram ilustrar como a tecnologia e o design podem tornar-se ferramentas de mudança social.

Do slide ao contacto directo

O sector de live marketing identifica neste cenário uma oportunidade para traduzir conceitos de inovação em vivências tangíveis. Rodolfo Brizoti, sócio e responsável de criação da agência EAÍ?! Content Experience, explica que os eventos presenciais funcionam como laboratório: “As ideias saem do slide e ganham cheiro, som e olhar”. Na prática, campanhas, programas de incentivo ou activações de marca transformam-se em ambientes onde o consumidor testa soluções de forma imediata.

Para as empresas, o benefício reside na recolha de reacções espontâneas, fundamentais para ajustar produtos antes do lançamento comercial. Já o público tem a possibilidade de avaliar, num contexto real, propostas que habitualmente permaneceriam confinadas a relatórios ou tendências de mercado. “Inovação deixa de ser conceito e vira prática”, resume Brizoti.

Experiência multissensorial como indicador de sucesso

Nos espaços da Expo Osaka, a combinação de tecnologia sensorial com narrativa imersiva é apresentada como catalisador de envolvimento. Sons programados para activar recordações positivas, jogos de luz que orientam a atenção do visitante e fragrâncias associadas a episódios da infância integram vários projectos em exibição. A meta consiste em gerar uma memória emocional para, posteriormente, avaliar o impacto dessa recordação na adopção de hábitos sustentáveis ou na escolha de determinado produto.

Entre os exemplos em destaque, encontram-se:

  • Pavilhões construídos com materiais reaproveitados que permitem observar, em tempo real, a redução de emissões obtida durante a obra;
  • Instalações que mostram o ciclo completo de alimentos, do cultivo ao consumo, com recurso a realidade aumentada;
  • Plataformas de mobilidade eléctrica que os visitantes podem experimentar em percursos curtos, avaliando conforto e eficiência.

Conhecimento partilhado além da feira

Terminado o evento, os organizadores pretendem disponibilizar relatórios de acesso público contendo métricas de participação, feedback dos utilizadores e análises de desempenho das soluções testadas. O objectivo é fornecer dados que sirvam de referência para futuras iniciativas em urbanismo, energia limpa ou saúde pública.

Especialistas apontam que a abordagem “experimentar antes de prever” facilita a identificação de obstáculos práticos que nem sempre surgem em estudos teóricos. Questões como manutenção de infra-estruturas, aceitação cultural ou viabilidade económica tornam-se evidentes quando o público interage com protótipos.

Influência no planeamento urbano e empresarial

Governos locais e empresas privadas acompanham atentamente os resultados obtidos em Osaka. Municípios de diferentes continentes enviaram equipas técnicas para observar, por exemplo, sistemas de gestão de resíduos baseados em compostagem acelerada, enquanto fabricantes de electrónica testam componentes de baixa energia em ambientes de alta afluência.

Segundo a organização da Expo, a troca de experiências deverá prolongar-se em fóruns virtuais que continuarão a reunir participantes mesmo após o encerramento físico da mostra. Desta forma, propostas ajustadas durante o evento podem evoluir até fases de implementação em larga escala.

Da previsão à transformação

A Exposição Mundial de 2025 propõe, em suma, que o futuro não é apenas matéria de projeções estatísticas, mas de experimentação contínua. Ao reunir governos, sector privado e sociedade civil num mesmo espaço, o certame demonstra que o planeamento ganha eficácia quando aliado a experiências colectivas que validam — ou corrigem — cada nova ideia.

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Imagem: tecmundo.com.br

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