Europol usa IA para rastrear vítimas de abuso infantil em uma operação internacional que analisou 5 mil arquivos de conteúdo sexual envolvendo menores e resultou no resgate de 51 crianças, além da prisão de dezenas de suspeitos.
A Agência da União Europeia para a Cooperação Policial informou que especialistas de 22 países trabalharam entre 8 e 19 de setembro, na sede da entidade em Haia, para cruzar dados e identificar vítimas e agressores em tempo recorde. Ao todo, 60 pessoas foram processadas criminalmente.
Europol usa IA para rastrear vítimas de abuso infantil
O uso de ferramentas de inteligência artificial forense acelerou a análise de enormes volumes de imagens e vídeos hospedados em servidores espalhados pelo mundo. Em um dos casos, a tecnologia conectou dois vídeos que mostravam a mesma criança de cinco anos sendo abusada, localizando o agressor na França e permitindo sua prisão imediata.
Segundo a Europol, a operação compôs a 17ª edição da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas (VIDTF17). Desde 2014, o grupo já revisou mais de 111 milhões de arquivos e salvou 1.010 menores, com 301 infratores detidos. O aumento no volume de dados analisados em 2025 reflete a maior capacidade de armazenamento dos smartphones e o uso de IA por criminosos para gerar novos conteúdos ilegais.
Durante os trabalhos, os investigadores também descobriram que parte dos suspeitos se conheceu em grupos hospedados em plataformas criptografadas. A colaboração internacional foi essencial para superar barreiras de jurisdição, compartilhando rapidamente pacotes de informação com autoridades locais e plataformas como a Stop Child Abuse – Trace an Object, que ajuda a rastrear pistas visuais.
Além de identificar as vítimas, a IA facilitou a localização de provas adicionais que comprovam a participação de cinco suspeitos em atos de tortura contra outras duas crianças. Todos os menores foram resgatados e estão sob proteção, enquanto os infratores aguardam julgamento.
Para a Europol, os resultados demonstram que tecnologias avançadas são decisivas no combate à exploração sexual infantil e reforçam a necessidade de cooperação contínua entre agências, empresas de tecnologia e sociedade civil.
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Fonte: Getty Images
