EUA vetam cessar-fogo em Gaza na ONU pela sexta vez

EUA vetam cessar-fogo em Gaza na ONU pela sexta vez marcou, nesta segunda-feira (11), mais um impasse no Conselho de Segurança, onde Washington barrou um texto que pedia trégua permanente e libertação de reféns.

Dos 15 membros do colegiado, 14 votaram a favor da resolução que qualificava a situação humanitária em Gaza de “catastrófica” e instava Israel a remover todas as restrições à entrada de ajuda. O representante adjunto dos Estados Unidos, Morgan Ortagus, justificou o veto alegando que o documento “não condena o Hamas nem reconhece o direito de Israel à autodefesa”.

EUA vetam cessar-fogo em Gaza na ONU pela sexta vez

A decisão gerou reações imediatas. O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, classificou o bloqueio como “profundamente lamentável e doloroso”, afirmando que impediu o Conselho de “cumprir seu papel diante das atrocidades”. Para o representante do Paquistão, Asim Ahmad, tratou-se de “um momento sombrio nesta câmara”. Já o diplomata argelino Amar Bendjama pediu perdão ao povo palestino, dizendo que as tentativas de mediar uma solução “colidiram contra um muro de rejeição”.

O veto ocorre na véspera da Assembleia-Geral da ONU, onde o reconhecimento de um Estado palestino deve ganhar apoio de aliados dos EUA, como o Reino Unido. Enquanto isso, em Gaza, milhares continuam fugindo dos bombardeios, e o escritório humanitário da ONU alerta que as “últimas linhas de vida” na Cidade de Gaza estão ruindo à medida que tanques israelenses avançam.

Desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 — que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados em Israel — a ofensiva israelense já provocou 65.141 mortes no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde local. Outras 435 pessoas sucumbiram à desnutrição, quatro delas nas últimas 24 horas.

A postura norte-americana isola ainda mais Israel e seu principal aliado no cenário internacional, segundo análise da BBC. Mesmo sob forte pressão humanitária e diplomática, Washington insiste que qualquer resolução deve responsabilizar o Hamas pelos ataques de outubro e preservar o direito israelense à defesa.

O Conselho de Segurança volta a se reunir nos próximos dias, mas diplomatas reconhecem que um consenso sobre cessar-fogo permanece distante.

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Créditos da imagem: Getty Images

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