EUA destroem barco venezuelano suspeito de narcotráfico em águas internacionais nesta segunda-feira, anunciou o presidente Donald Trump. O mandatário afirmou que a ação, conduzida por forças norte-americanas, eliminou três tripulantes pertencentes a “cartéis de drogas extremamente violentos” que, segundo ele, ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos.
Trump divulgou um vídeo de quase 30 segundos na rede Truth Social. Nas imagens, a embarcação explode e pega fogo, sem que se apresentem provas de carregamento de entorpecentes. A ofensiva ocorre poucos dias após outra operação norte-americana que, de acordo com Washington, interceptou um barco vindo da Venezuela e deixou 11 mortos.
EUA destroem barco venezuelano suspeito de narcotráfico
O senador Marco Rubio, influente na política externa para a América Latina, defendeu publicamente o ataque e declarou ter “100% de certeza” sobre o envolvimento da embarcação no tráfico para território norte-americano. Para Rubio, o presidente venezuelano Nicolás Maduro “representa uma ameaça direta” aos EUA pela suposta participação no chamado Cartel de los Soles.
Em resposta, Maduro qualificou a ação como “agressão” e prometeu exercer “legítimo direito de defesa”, afirmando que as relações bilaterais foram “completamente destruídas” pelos bombardeios. No passado recente, Caracas chegou a sobrevoar um destróier norte-americano com caças F-16 e acusou os EUA de apreenderem um barco de pesca venezuelano durante oito horas, fato interpretado como tentativa de “escalar a guerra no Caribe”.
Especialistas ouvidos pela BBC News alertam que ataques letais em águas internacionais podem ferir o direito marítimo e os direitos humanos. Questionado se estenderia as ações para o território continental da Venezuela, Trump respondeu: “Veremos o que acontece”. Ele também afirmou que o tráfego marítimo na região diminuiu “significativamente” após o primeiro bombardeio de 2 de setembro.
Os EUA e diversos países europeus não reconhecem a reeleição de Maduro em julho de 2024, alegando fraude e vitória do opositor Edmundo González. Washington oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do líder venezuelano, que nega ligação com o narcotráfico e acusa os EUA de “movimento imperialista” para removê-lo do poder.
Resumo: a nova ofensiva naval norte-americana, sem evidências públicas de transporte de drogas, amplia o embate diplomático e militar no Caribe, enquanto Caracas ameaça reagir. Acompanhe desdobramentos semelhantes em nossa editoria de Notíciase tendências para entender como esses choques podem influenciar a geopolítica regional.
Crédito da imagem: BBC News