EUA decertificam Colômbia por falha no combate às drogas

EUA decertificam Colômbia por falha no combate às drogas ao incluí-la, pela primeira vez desde 1997, na lista anual de países que “fracassaram de forma demonstrável” em cumprir obrigações antidrogas. Embora a medida pressione Bogotá, Washington decidiu não suspender a ajuda financeira ao país sul-americano.

A certificação, divulgada pelo governo norte-americano na segunda-feira, alega que a produção de cocaína atingiu níveis recordes durante a gestão do presidente Gustavo Petro. Em resposta, o governo colombiano anunciou que deixará de comprar armamentos dos Estados Unidos “a partir deste momento”, segundo declarou o ministro do Interior, Armando Benedetti, a uma emissora local.

EUA decertificam Colômbia por falha no combate às drogas

Petro rebateu as acusações e afirmou, nas redes sociais, que o avanço das plantações de coca ocorreu principalmente no mandato de seu antecessor, Iván Duque (2018-2022). Dados oficiais da Presidência indicam a apreensão de 1.764 toneladas de cocaína entre agosto de 2022, quando o atual governo tomou posse, e novembro de 2024. As apreensões continuam em alta em 2025, conforme balanços preliminares.

A lista norte-americana também inclui Afeganistão, Bolívia, Mianmar e Venezuela. Para Bogotá, a inclusão agrava uma relação já tensa com Washington, que critica as negociações de paz conduzidas por Petro com grupos armados financiados pelo tráfico. O relatório enviado ao Congresso dos EUA afirma que essas conversas “exacerbaram a crise”, embora reconheça a “habilidade e coragem” das forças de segurança colombianas.

Apesar da forte retórica, o documento abre a possibilidade de recertificar a Colômbia caso o país adote ações “mais agressivas” para erradicar a coca e reduzir a oferta de cocaína. Petro, por sua vez, sustenta que a solução passa pela redução da demanda nos EUA e na Europa e cita pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que apontou aumento de 10% nas áreas cultivadas em 2023.

Enquanto isso, o governo Trump destacou a destruição de uma embarcação venezuelana supostamente ligada ao narcotráfico no Caribe, ação que matou três pessoas e reforça a prioridade norte-americana no combate aos chamados “narco-terroristas”.

Em síntese, a decertificação tensiona ainda mais os laços entre Washington e Bogotá, mas preserva o fluxo de recursos em meio a cobranças por resultados concretos contra o tráfico. Para acompanhar outras análises sobre geopolítica e tendências, visite nossa editoria em Notícias e Tendências.

Crédito da imagem: Reuters

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