EUA cancelam vistos de autoridades palestinas antes da ONU

EUA cancelam vistos de autoridades palestinas antes da ONU

EUA cancelam vistos de autoridades palestinas antes da ONU em uma decisão anunciada pelo Departamento de Estado, que revogou autorizações de entrada de membros da Autoridade Palestina (AP) e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) poucos dias antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro em Nova York.

Motivos alegados por Washington

Segundo o comunicado assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio, a retirada dos vistos decorre dos esforços palestinos para obter reconhecimento de Estado na ONU e de seus pedidos para que o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Internacional de Justiça investiguem supostos crimes israelenses em Gaza. Para o governo norte-americano, essas ações “contribuíram para a recusa do Hamas em libertar reféns” e prejudicaram as negociações de cessar-fogo.

A nota afirma ainda que “é do interesse de segurança nacional responsabilizar AP e OLP por minarem as perspectivas de paz”. Não foram divulgados os nomes dos afetados, e permanece incerto se o presidente palestino, Mahmoud Abbas, está incluído.

Exceções e reação palestina

Representantes da missão palestina na ONU, liderados pelo embaixador Riyad Mansour, receberão autorizações especiais para continuar atuando em Nova York. Mansour declarou que sua equipe verifica o alcance da medida e reforçou que Abbas mantém planos de chefiar a delegação, discursar na Assembleia em 23 de setembro e participar, na véspera, de uma reunião sobre a solução de dois Estados copresidida por França e Arábia Saudita.

Contexto internacional

Canadá, Reino Unido, Austrália e França sinalizaram recentemente que pretendem reconhecer formalmente o Estado palestino durante o encontro da ONU, condicionando o gesto a reformas internas e novas eleições na AP. A iniciativa contrasta com a posição dos Estados Unidos, que têm apoiado as operações militares israelenses em Gaza e, na semana passada, impuseram sanções a juízes do TPI que investigam ações de Israel, conforme noticiou a agência Reuters.

Questões legais sobre vistos diplomáticos

Pelo acordo de 1947 que estabelece a sede da ONU, os EUA devem, em geral, conceder vistos a diplomatas estrangeiros. No entanto, Washington pode negar a entrada por razões de segurança ou política externa, prerrogativa invocada nesta ocasião.

Com a Assembleia Geral se aproximando e pressões divergentes sobre o futuro da Palestina, a disputa em torno dos vistos sinaliza novos embates diplomáticos no palco multilateral.

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Crédito da imagem: Global News

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