Estudo aponta que maioria das empresas brasileiras opera em estágio inicial de maturidade analítica

Estudo aponta que maioria das empresas brasileiras opera em estágio inicial de maturidade analítica

O mais recente mapeamento sobre uso de dados no País, o Panorama Digital Analytics 2025, revela que a grande maioria das empresas brasileiras ainda se encontra nos estágios iniciais de maturidade analítica. Mesmo com a popularização de termos como “data-driven”, a pesquisa mostra que poucas organizações dominam processos, ferramentas e cultura suficientes para transformar dados em decisões consistentes.

Índice

Escopo e metodologia do Panorama Digital Analytics 2025

Trata-se de um estudo independente que já conta com mais de 500 empresas participantes, abrangendo organizações de diferentes portes e setores. A coleta de informações permanece aberta até o fim de novembro, e os resultados consolidados serão divulgados em dezembro deste ano. Todos os dados são tratados de forma agregada e anônima, preservando sigilo individual.

As companhias que respondem ao questionário recebem quatro entregáveis: um relatório completo com benchmarks, sua posição em um ranking de maturidade, um roadmap personalizado de evolução e acesso ao evento de lançamento dos resultados. O objetivo central é fornecer um espelho fiel do estágio analítico de cada participante, sem filtros ou distorções.

Três níveis de maturidade identificados

A análise classificou as organizações em três níveis:

Nível 1 – Achismo Premium. Empresas que utilizam apenas recursos básicos de Google Analytics, tomam decisões majoritariamente por intuição e consideram que possuir um dashboard simples equivale a ser orientado por dados.

Nível 2 – Aspirante a Dados. Negócios que contrataram ferramentas mais robustas, como plataformas de Customer Data Platform (CDP), mas exploram apenas uma fração das funcionalidades. Nesse grupo, a aplicação de inteligência artificial restringe-se a tarefas pontuais de prompt engineering.

Nível 3 – Data Ninja. Organizações que operam com coleta de dados server-side, Modelagem de Mix de Mídia (MMM) calibrada e equipe técnica dedicada. Utilizam informações tanto para explicar o passado quanto para projetar cenários futuros. Segundo o levantamento, menos de 5% do mercado brasileiro se enquadra neste patamar.

Sintomas de adoção insuficiente de dados

O estudo elenca sinais recorrentes que posicionam muitas empresas nos níveis iniciais. Entre eles, destaca-se a utilização persistente do Universal Analytics, versão descontinuada da ferramenta de medição do Google. Outro indicativo é a associação de “dashboard” a planilhas coloridas, sem integração de fontes ou atualização automática.

Também é comum que a única forma de inteligência artificial presente nas rotinas corporativas seja o corretor ortográfico de processadores de texto. Recursos como server-side tracking seguem classificados por boa parte do mercado como algo restrito a grandes empresas de tecnologia. Já a sigla MMM, referente à Modelagem de Mix de Mídia, ainda desperta dúvidas em muitas equipes de marketing.

Questões conceituais, como a diferença entre correlação e causalidade, são outro ponto de alerta. A pesquisa aponta que poucas equipes dominam esse princípio estatístico, condição essencial para validar hipóteses e evitar conclusões equivocadas.

Ferramentas predominantes e alocação de orçamento

Além de mapear práticas técnicas, o Panorama Digital Analytics 2025 mensura quanto do orçamento corporativo é destinado a dados e compara esse índice com o patamar julgado necessário pelas próprias organizações. Os resultados preliminares indicam discrepância relevante entre a verba investida e a que as equipes consideram ideal para avançar em maturidade.

No quesito ferramentas, o levantamento detalha a participação de soluções como Google Analytics 4 (GA4), CDP, MMM e Data Lake. Embora esses termos sejam frequentes em apresentações e redes sociais profissionais, os dados mostram que a adoção efetiva — sobretudo em configurações que exploram todo o potencial das plataformas — permanece limitada.

A pesquisa também investiga de que forma empresas brasileiras implementam inteligência artificial além de chatbots. Os resultados parciais confirmam que iniciativas de IA ainda se concentram em tarefas pontuais, sem integração plena a rotinas de automação de relatórios ou modelos preditivos.

Cultura e mentalidade como fatores determinantes

Um dos achados mais enfáticos do estudo é que o tamanho da empresa não aparece como principal determinante para a maturidade analítica. Há startups com cerca de 20 colaboradores operando arquiteturas de dados mais avançadas do que multinacionais com milhares de funcionários.

A discrepância é atribuída sobretudo à resistência cultural. O levantamento indica que barreiras internas — ligadas a hábitos consolidados, receio de mudanças e priorização de curto prazo — impactam mais o progresso em analytics do que a disponibilidade de tecnologia ou de orçamento.

Setores mais avançados e a presença de um “dark horse”

Entre os segmentos analisados, varejo e financeiro aparecem na liderança provisória do ranking de maturidade. A pesquisa sinaliza, entretanto, que um setor ainda não divulgado publicamente — descrito como “dark horse” — apresenta avanços que podem surpreender quando os dados completos forem liberados em dezembro.

Perguntas que orientam o autodiagnóstico

Para fomentar a reflexão interna, o estudo sugere questionamentos diretos às equipes responsáveis por marketing, tecnologia e dados:

Tempo para calcular ROI. Quanto tempo a empresa leva para determinar o retorno real de uma campanha?

Modelo de atribuição. As análises vão além do last-click ou permanecem no padrão básico?

Confiança nos números. Existe segurança total na qualidade dos dados levados ao conselho executivo?

Uso efetivo de licenças. Quantas ferramentas de analytics são pagas, mas permanecem subutilizadas?

Compreensão estatística. A equipe distingue correlação de causalidade ao interpretar relatórios?

Próximos passos e disponibilização dos resultados finais

O formulário de participação na pesquisa permanece disponível até o último dia de novembro. Após o encerramento da coleta, os dados serão consolidados e apresentados em dezembro, acompanhados de benchmarks detalhados sobre adoção de tecnologia, práticas de análise e estágio cultural dos diferentes setores.

Os organizadores destacam que, embora o relatório seja amplo, o principal valor está na clareza sobre a posição individual de cada empresa diante do mercado. Ao identificar lacunas, ferramentas subutilizadas e processos ainda baseados em intuição, as organizações ganham subsídios para direcionar investimentos e iniciativas de capacitação.

Com resultados que apontam menos de 5% das empresas atuando em nível avançado, o Panorama Digital Analytics 2025 reforça que a transformação orientada por dados no Brasil ainda se encontra em fase de amadurecimento. A continuidade da pesquisa e a divulgação dos achados têm potencial para acelerar diagnósticos internos e estimular a evolução das práticas de analytics no ecossistema corporativo nacional.

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Olá! Eu sou a Zaira Silva — apaixonada por marketing digital, criação de conteúdo e tudo que envolve compartilhar conhecimento de forma simples e acessível. Gosto de transformar temas complexos em conteúdos claros, úteis e bem organizados. Se você também acredita no poder da informação bem feita, estamos no mesmo caminho. ✨📚No tempo livre, Zaira gosta de viajar e fotografar paisagens urbanas e naturais, combinando sua curiosidade tecnológica com um olhar artístico. Acompanhe suas publicações para se manter atualizado com insights práticos e interessantes sobre o mundo da tecnologia.

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