Estalos no joelho: entenda as causas fisiológicas, os sinais de alerta e quando buscar avaliação médica

Quem se levanta da cadeira, dá os primeiros passos ou inicia um treino intenso pode, em algum momento, ouvir um som breve e repentino vindo do joelho. Esse ruído, popularmente chamado de estalo, ocorre também em tornozelos, cotovelos e até na coluna. Embora seja comum, compreender sua origem é essencial para diferenciar situações normais de sinais que exigem atenção.
- O que caracteriza o estalo nas articulações
- Ruído fisiológico: um processo normal do corpo
- Importância do alongamento e da mobilidade
- Ruído patológico: quando o estalo serve de alerta
- Sintomas que indicam necessidade de avaliação
- Métodos de diagnóstico recomendados
- Crepitação: outro som emitido pelo joelho
- O hábito de estalar dedos e outras articulações
- Diferenciar ruído fisiológico e patológico antes de buscar atendimento
- Resumo dos pontos críticos para o leitor
O que caracteriza o estalo nas articulações
O estalo é definido como um barulho súbito, perceptível logo após um movimento. Ele pode se manifestar em gestos cotidianos, como caminhar, ou em atividades que demandam maior esforço, a exemplo de corridas ou séries de agachamento. Em termos médicos, há duas categorias para explicar o fenômeno: o ruído fisiológico, considerado uma resposta natural do organismo, e o ruído patológico, que costuma apontar alterações internas na articulação.
Ruído fisiológico: um processo normal do corpo
A explicação fisiológica para o som envolve o líquido sinovial, substância viscosa que preenche o interior das articulações, locais onde dois ossos se encontram e se movimentam. A função desse líquido é hidratar e lubrificar a área, reduzindo atrito e permitindo que o joelho se dobre ou estenda sem rigidez.
Durante esse movimento, formam-se pequenas bolhas de gás dentro do líquido sinovial. Quando a articulação se desloca, as bolhas estouram, produzindo o estalo audível. Esse mecanismo, descrito em publicação na plataforma científica Clinics in Orthopedic Surgery, é natural em joelhos saudáveis. Não está relacionado a dor nem a perda de função e, isoladamente, não configura doença.
Importância do alongamento e da mobilidade
A simples existência do ruído fisiológico traz à tona a relevância de práticas preventivas. Alongamentos e exercícios de mobilidade, recomendados antes de qualquer atividade física, estimulam a circulação do líquido sinovial. Ao manter a articulação bem lubrificada, essas rotinas auxiliam na execução de movimentos amplos e diminuem o risco de lesões decorrentes de rigidez ou esforço abrupto.
Ruído patológico: quando o estalo serve de alerta
Embora o estalo fisiológico não traga prejuízos, a presença de um ruído patológico merece investigação. Essa segunda categoria está associada a irregularidades na cartilagem, desgaste do joelho ou lesões em estruturas internas, como os meniscos. O problema pode surgir após torções, impactos ou processos degenerativos.
Sintomas que indicam necessidade de avaliação
O especialista em joelho Pedro Giglio descreve sinais que, se aparecerem junto ao estalo, justificam a consulta com um ortopedista. Entre eles estão:
Dor persistente: incômodo que surge durante ou depois do estalo, limitando atividades diárias.
Sensação de travamento: dificuldade de dobrar ou estender completamente o joelho, como se algo impedisse o movimento.
Dificuldade para caminhar: alteração na marcha ou necessidade de apoio adicional após o ruído.
Estalo repetitivo pós-trauma: sequência de ruídos depois de torção, contusão ou impacto direto.
Métodos de diagnóstico recomendados
Quando há suspeita de ruído patológico, exames de imagem ajudam a identificar a causa:
Ultrassonografia: avalia ligamentos em tempo real e detecta casos de derrame articular, situação em que o líquido sinovial escapa da cápsula e provoca dor.
Ressonância magnética: é o método mais indicado para visualizar estruturas internas, como meniscos e cartilagem, esclarecendo a extensão de possíveis lesões.
Crepitação: outro som emitido pelo joelho
Além do estalo, o joelho pode gerar um rangido contínuo descrito como sensação de areia ou raspagem dentro da articulação. Esse fenômeno, denominado crepitação, costuma acompanhar o ruído patológico e reforça a necessidade de avaliação clínica, já que sugere desgaste de superfícies articulares.
O hábito de estalar dedos e outras articulações
Muitas pessoas, por costume ou tédio, provocam estalos intencionalmente nos dedos das mãos ou dos pés. O ato, basicamente, estoura as mesmas bolhas de gás do líquido sinovial que se formam naturalmente no joelho. Na ausência de dor, inchaço ou travamento, não há evidências de que a prática provoque desgaste articular.
A despeito da ausência de provas de dano direto, o ortopedista Pedro Giglio não recomenda o hábito. Ele ressalta que movimentos bruscos ou executados no limite da mobilidade podem gerar estiramentos nos ligamentos, principalmente se forem feitos de forma inadequada ou sem controle.
Diferenciar ruído fisiológico e patológico antes de buscar atendimento
Reconhecer as características de cada tipo de estalo facilita a decisão sobre quando procurar ajuda. Ruídos ocasionais, sem dor ou comprometimento funcional, alinham-se ao padrão fisiológico. Já sons acompanhados de sintomas, repetitivos após trauma ou associados à crepitação apontam para alterações internas que merecem investigação detalhada.
Resumo dos pontos críticos para o leitor
O estalo no joelho divide-se em dois grandes grupos. O primeiro resulta da explosão de bolhas de gás no líquido sinovial, fenômeno natural que não causa danos em articulações saudáveis. O segundo está ligado a desgaste, lesões nos meniscos ou problemas na cartilagem e, por isso, vem acompanhado de dor, travamento ou dificuldade de andar.
Identificar sinais de alerta, compreender a importância de exames como ultrassonografia e ressonância magnética e adotar hábitos de alongamento e mobilidade são medidas essenciais para preservar a saúde articular. Qualquer dúvida sobre sintomas persistentes ou consequências de traumas deve ser esclarecida com um profissional habilitado.
As informações apresentadas têm caráter estritamente informativo e não substituem avaliação individualizada de especialistas.
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