Esperanto propõe alternativa simples ao inglês como língua global
O debate sobre uma língua verdadeiramente universal ganhou novo fôlego com o Esperanto, idioma planeado no século XIX para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes origens linguísticas.
Origem e propósito
A ideia partiu do médico e linguista polaco L. L. Zamenhof, que em 1887 apresentou o projeto no livro “Unua Libro”, assinado como Doktoro Esperanto. O objetivo era criar uma segunda língua neutra, fácil de aprender e isenta de vantagens culturais ou políticas. Ao contrário das línguas naturais, o Esperanto nasceu com regras definidas e um vocabulário previamente estruturado, desenhado para reduzir mal-entendidos em contextos internacionais.
Estrutura gramatical simplificada
O idioma distingue-se pela regularidade: todos os substantivos terminam em -o, os adjetivos em -a e os advérbios derivados em -e. O plural acrescenta o sufixo -j e os verbos mantêm a mesma forma para todas as pessoas. Esta lógica pretende cortar tempo de aprendizagem e eliminar exceções comuns noutras línguas.
Grande parte do léxico provém de línguas românicas, com influências germânicas e eslavas. A combinação sistemática de raízes, prefixos e sufixos permite formar novas palavras com facilidade, reduzindo o número de termos que o estudante precisa memorizar.
Adoção e comunidade
Embora não tenha alcançado o estatuto de língua universal, o Esperanto reúne entre 100 000 e dois milhões de falantes ativos, com cerca de dois mil nativos. A língua conta com eventos anuais, publicações próprias e presença em plataformas digitais. A UNESCO já recomendou que os países avaliem o seu potencial como meio de comunicação auxiliar.
Ferramentas populares, como cursos gratuitos em aplicações de aprendizagem de idiomas, secções dedicadas em enciclopédias online e suporte em serviços de tradução automática, mantêm o idioma acessível a novos utilizadores.
Vocabulário essencial
Algumas expressões ilustram a simplicidade das regras:
Saudações: “Saluton” (olá), “Bonan matenon” (bom dia).
Cortesia: “Dankon” (obrigado), “Bonvolu” (por favor).
Respostas: “Jes” (sim), “Ne” (não).
Com uma gramática previsível e abordagem neutra, o Esperanto continua a ser proposto como solução prática para quem procura comunicação internacional equitativa sem recorrer exclusivamente ao inglês.

Imagem: Wikipedia reprodução via olhardigital.com.br