Erupção solar rara foi observada na última quinta-feira (4), quando uma estrutura em formato de S, com cerca de dez vezes o diâmetro terrestre, surgiu na face do Sol voltada para a Terra.
Menos de 48 horas depois, a mesma região expulsou uma ejeção de massa coronal (EMC) que percorreu 150 milhões de quilômetros e chocou-se com o campo magnético do planeta no sábado (7), segundo o portal Spaceweather.com.
Erupção solar forma S gigante antes de atingir a Terra
A nuvem de plasma, medindo aproximadamente 700 mil quilômetros de extensão, parecia mais escura do que a superfície solar por estar a temperatura inferior à do entorno, lembrando a aparência das conhecidas manchas solares. Esse perfil em S — classificado como sigmoide — costuma sinalizar instabilidade magnética e elevada chance de explosão, apontam especialistas.
O impacto da EMC coincidiu com o eclipse lunar total observado no mesmo dia. Apesar da tempestade geomagnética ter desestabilizado temporariamente o escudo magnético terrestre, não foram registradas auroras intensas nos EUA, conforme dados do site Space.com.
Erupções sigmoides emergem quando linhas de campo magnético acima das manchas solares se torcem e acumulam energia. “Quando você vê um S no Sol, algo está prestes a explodir”, destacaram analistas do Spaceweather.com. Estudos sugerem que o padrão pode surgir da fusão de duas estruturas em J ou da transformação de um único J, hipótese reforçada por uma pesquisa publicada em 2022.
O fenômeno ocorre pouco depois do pico do atual ciclo solar de 11 anos, encerrado há alguns meses. Mesmo assim, a atividade deve permanecer elevada por pelo menos mais um ano devido à instabilidade residual dos campos magnéticos. Isso mantém a possibilidade de novas manchas, ejeções de massa e tempestades geomagnéticas de moderadas a fortes.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) monitora eventos desse tipo em tempo real; dados atualizados podem ser consultados em relatórios do Solar Dynamics Observatory da NASA.
Para os cientistas, compreender a origem e a frequência das sigmoides é fundamental para melhorar a previsão de space weather e proteger satélites, redes elétricas e sistemas de comunicação.
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Crédito da imagem: NASA/SDO