Enxaqueca: entenda a reação do cérebro e 8 gatilhos que agravam as crises

A enxaqueca não é meramente uma dor de cabeça comum. Trata-se de uma condição neurológica complexa que impacta milhões de pessoas e se manifesta por meio de crises de dor intensa, náuseas e extrema sensibilidade a luz e som. Ainda que a ciência não tenha elucidado todas as causas, os especialistas já identificam diversos gatilhos capazes de precipitar ou agravar os episódios. Entre eles estão influências genéticas, hormonais, ambientais e comportamentais.
- Como o cérebro se comporta durante a enxaqueca
- 1. Estresse contínuo
- 2. Jejum prolongado
- 3. Qualidade inadequada do sono
- 4. Flutuações hormonais
- 5. Oscilações emocionais
- 6. Consumo excessivo de cafeína
- 7. Sedentarismo e falta de exercícios
- 8. Uso excessivo de analgésicos e alimentos específicos
- Observação importante
Como o cérebro se comporta durante a enxaqueca
O ponto de partida de uma crise é a excessiva sensibilidade do sistema nervoso a estímulos externos. Quando determinados grupos de neurônios entram em hiperatividade, desencadeiam uma intensa onda elétrica que se propaga por áreas responsáveis por visão, coordenação motora e fala. Esse fenômeno é denominado aura, podendo anteceder a fase dolorosa.
Na sequência, o nervo trigêmeo — principal via de dor na cabeça — é ativado. Ele libera substâncias inflamatórias que alcançam vasos sanguíneos e meninges, estruturas que protegem o cérebro. O resultado desse processo inflamatório é a dor latejante que caracteriza a enxaqueca.
1. Estresse contínuo
Situações de tensão emocional, pressão em trabalho ou estudos e ansiedade cotidiana figuram entre os precipitadores mais frequentes. O organismo, diante do estresse, aumenta a liberação de cortisol e adrenalina. Esses hormônios interferem no fluxo sanguíneo cerebral e podem irritar terminações nervosas, favorecendo dor e desconforto.
Práticas voltadas ao relaxamento, como exercícios respiratórios e pausas regulares na rotina, demonstram-se úteis para modular a resposta do sistema nervoso, além de reduzir a tensão muscular que acompanha o estresse.
2. Jejum prolongado
A privação alimentar extensa é um dos gatilhos mais conhecidos no campo da alimentação. Quando o corpo passa muitas horas sem receber nutrientes, a glicemia tende a cair. A queda nos níveis de açúcar desencadeia a liberação de substâncias relacionadas à dor, tornando o cérebro mais suscetível a uma nova crise.
Para mitigar esse efeito, recomenda-se distribuir refeições leves a cada três ou quatro horas, evitando tanto longos períodos sem comer quanto excessos pontuais de alimentos. O acompanhamento de um nutricionista auxilia no ajuste das porções e na escolha de alimentos adequados.
3. Qualidade inadequada do sono
O equilíbrio neurológico e vascular do cérebro depende do ciclo regular de sono. Dormir pouco, sofrer interrupções frequentes ou, por outro lado, exceder o tempo habitual de sono pode perturbar esse equilíbrio. Tal desregulação aumenta a vulnerabilidade às crises.
Manter horários fixos para deitar e levantar, bem como limitar o uso de eletrônicos antes de dormir, contribui para preservar a arquitetura do sono e, consequentemente, prevenir episódios de enxaqueca.
4. Flutuações hormonais
Entre as mulheres, as variações no estrogênio representam um dos principais fatores de risco. Períodos como tensão pré-menstrual, menstruação ou fases de reposição hormonal revelam picos e quedas bruscas desse hormônio, circunstância que favorece crises mais intensas.
Nesses casos, o acompanhamento ginecológico é indispensável. Ajustes em terapias hormonais ou métodos contraceptivos buscam estabilizar os níveis do estrogênio e, assim, reduzir a incidência de dores.
5. Oscilações emocionais
Emoções à flor da pele, raiva contida, impaciência e irritabilidade também figuram na lista de fatores desencadeantes. Alterações repentinas no estado emocional elevam o cortisol e alteram neurotransmissores associados à dor, criando um ambiente propício ao início da crise.
Estratégias como meditação, atividade física regular e psicoterapia auxiliam no controle dessas oscilações, proporcionando equilíbrio emocional e atenuando o impacto sobre o sistema nervoso.
6. Consumo excessivo de cafeína
No cotidiano de muitos brasileiros, o café marca presença pela manhã, após o almoço ou no fim da tarde. Em pequenas doses, a cafeína pode aliviar a dor, porém o consumo exagerado gera efeito contrário. Grandes quantidades de café, refrigerantes à base de cola, chás escuros ou medicamentos ricos em cafeína favorecem a dependência e ampliam a frequência das crises.
A retirada abrupta da substância tende a piorar o quadro, motivo pelo qual recomenda-se uma redução gradual e o controle rigoroso da ingestão diária para evitar o chamado efeito rebote.
7. Sedentarismo e falta de exercícios
A prática regular de atividades físicas libera endorfinas, hormônios que promovem bem-estar e diminuem a percepção de dor. Além disso, auxilia na circulação e regula neurotransmissores, como serotonina e melatonina. A ausência de movimento, por sua vez, amplia a vulnerabilidade tanto à enxaqueca quanto a outras dores crônicas.
Incluir exercícios no dia a dia — iniciando com intensidade leve e aumentando de forma gradual sob orientação profissional — apresenta benefícios duradouros à saúde neurológica.
8. Uso excessivo de analgésicos e alimentos específicos
A ingestão repetida de analgésicos pode levar ao chamado efeito rebote, quando a dor se torna mais intensa e frequente. Alguns alimentos funcionam como gatilhos adicionais, entre eles chocolates, queijos maturados, embutidos, frutas cítricas, alimentos gordurosos e produtos que contêm glutamato monossódico (GMS).
O GMS está presente em molhos industrializados, sopas enlatadas, refeições congeladas, salgadinhos, bolachas e carnes processadas como bacon, linguiça e salame, além de hambúrgueres industrializados. Observar cuidadosamente as próprias reações e identificar quais itens desencadeiam crises é fundamental para o controle da enxaqueca.
Observação importante
As informações apresentadas têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Em caso de sintomas, procure avaliação médica especializada.
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