Enchentes no Paquistão revelam falhas em alertas e apoio

Enchentes no Paquistão revelam falhas em alertas e apoio

Enchentes no Paquistão revelam falhas em alertas e apoio e já causaram cerca de 800 mortes somente na atual temporada de monções, repetindo tragédias como a de 2022, quando 1.700 pessoas morreram e o prejuízo chegou a US$ 14,9 bilhões.

Resgates lentos e população indignada

No distrito de Swabi, na província de Khyber Pakhtunkhwa, moradores retiraram corpos de crianças soterradas depois que enchentes repentinas destruíram cerca de 15 casas. Sem retroescavadeiras, usaram as mãos para buscar sobreviventes. O equipamento solicitado ficou retido a poucos metros, preso por uma estrada alagada. “Precisamos de máquinas, não apenas de soldados”, disse o voluntário Arif Khan, ecoando o sentimento de abandono relatado por várias comunidades.

Vulnerabilidade climática e cortes no orçamento

Geograficamente exposto a chuvas intensas, secas e degelo de geleiras, o Paquistão contribui com menos de 1 % das emissões globais, mas sofre efeitos desproporcionais. Ainda assim, o orçamento federal reduziu o Ministério da Mudança Climática para US$ 9,7 milhões, enquanto a defesa recebeu US$ 9 bilhões. Para especialistas como Ali Tauqeer Sheikh, o problema não é só falta de verbas novas, mas mais de mil projetos inacabados em diferentes setores.

Sistemas de alerta precisam avançar

O Departamento Meteorológico Paquistanês investe, com apoio do Banco Mundial, em novos radares e estações automáticas, mas admite limitações. Fenômenos como “cloudbursts” são difíceis de prever com antecedência e, quando o aviso chega, o sinal não alcança regiões montanhosas sem conectividade. Sinos instalados em vales glaciais são testados, porém não cobrem todo o território.

Leis ignoradas e urbanização precária

A legislação impede construções a 61 m de rios, mas vilas inteiras continuam às margens dos leitos. Em Karachi, valas de drenagem estão obstruídas por edificações irregulares, levando o governo provincial a estudar punições mais severas para servidores que liberam obras fora das normas. Segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, 30 % das mortes deste ano ocorreram em desabamentos de casas.

Apesar de iniciativas como o Plano Nacional de Adaptação e o fundo de “Perdas e Danos” negociado na COP27, a execução esbarra na instabilidade política e na escassez de recursos. Especialistas defendem educação comunitária e “escadas de saída da pobreza” para reduzir a dependência de verbas externas.

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Crédito da imagem: BBC

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