Enchentes no Paquistão deixam 274 mortos; governo reage
Enchentes no Paquistão deixam 274 mortos; governo reage
Enchentes no Paquistão provocaram pelo menos 274 mortes desde sexta-feira, após chuvas torrenciais e deslizamentos atingirem o distrito montanhoso de Buner, na província de Khyber Pakhtunkhwa, segundo autoridades locais.
Enchentes no Paquistão deixam 274 mortos; governo reage
Equipes de resgate recuperaram 54 corpos apenas em Buner, onde enxurradas carregaram pedras que demoliram casas inteiras. O porta-voz do serviço de emergências, Mohammad Suhail, informou que moradores ainda estão desaparecidos e que a busca se concentra em vilarejos soterrados.
Desde 26 de junho, o Paquistão registra um volume de chuvas de monção 50% acima da média do ano passado. O presidente da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, tenente-general Inam Haider, afirmou em Islamabad que o país enfrenta padrões climáticos cada vez mais extremos relacionados à mudança do clima. Ele alertou para a possibilidade de novos temporais e deslizamentos até terça-feira.
Apesar de ofertas de ajuda de outros governos, Haider declarou que o Paquistão “possui recursos suficientes” e não necessita de assistência externa neste momento. Ele ressaltou que o sistema de alerta precoce, baseado em imagens de satélite, foi acionado, mas a intensidade da chuva superou a capacidade de aviso às comunidades isoladas.
Moradores de Buner contestam essa versão. Muitos afirmam que não houve aviso pelos alto-falantes das mesquitas, método tradicional na região. O professor Mohammad Iqbal relatou que vizinhos “fugiram com a roupa do corpo” e que vidas teriam sido salvas com alerta antecipado.
Em meio à operação de resgate, mais da metade das estradas danificadas da região já foi reaberta. Máquinas pesadas removem escombros e lama, enquanto famílias procuram parentes desaparecidos. Um dos casos mais trágicos ocorreu na vila de Qadar Nagar: 24 membros de uma mesma família morreram quando a água invadiu a casa às vésperas de um casamento.
O Paquistão contribui com menos de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas é considerado um dos países mais vulneráveis a desastres climáticos. Segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente, eventos extremos, como inundações repentinas, tendem a se intensificar no Sul da Ásia.
Em 2022, chuvas recordes causaram quase 1.700 mortes e deixaram milhões de desabrigados no país. Especialistas alertam que a frequência de episódios semelhantes deve aumentar durante a estação de monções, que vai de junho a setembro.
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Crédito da imagem: Globalnews.ca

Imagem: torrential rains ravaged parts of Kashmi