Eleições do Malawi 2025 marcam, nesta terça-feira, a quarta disputa direta entre o atual presidente Lazarus Chakwera e o ex-mandatário Peter Mutharika, sob o pano de fundo de uma severa crise econômica que eleva o custo de vida e gera longas filas por combustível nas principais cidades.
Desde as 04h GMT, 7,2 milhões de eleitores registrados escolhem presidente, 229 deputados e 509 vereadores. Caso nenhum dos 17 candidatos presidenciais ultrapasse 50% dos votos, haverá segundo turno, como determina a legislação implementada após a anulação da controversa eleição de 2019.
Eleições do Malawi 2025: custo de vida pauta escolha do presidente
À frente do Malawi Congress Party (MCP), Chakwera, 70 anos, tenta o segundo mandato defendendo obras viárias e o retorno do transporte ferroviário ao país. Mutharika, 85 anos, do Democratic Progressive Party (DPP), aposta na comparação entre a inflação atual — em torno de 27% — e os indicadores de seu governo, argumentando ter administrado melhor a economia.
Outros nomes que ganham atenção são a ex-presidente Joyce Banda (People’s Party), o vice-presidente Michael Usi (Odya Zake Alibe Mlandu) e o ex-presidente do Banco Central Dalitso Kabambe (UTM). Analistas veem alta probabilidade de alianças no eventual segundo turno.
Economia e insatisfação popular
A população enfrenta alta de preços após a devastação do ciclone Freddy, em 2023, e a seca que atingiu o sul da África no ano seguinte. A escassez de divisas estrangeiras, a desvalorização do kwacha e interrupções no fornecimento de combustíveis ampliam o descontentamento do eleitorado.
Corrupção em debate
Chakwera assumiu prometendo “limpar os escombros da corrupção”, mas críticas cresceram após o arquivamento de processos envolvendo figuras de alto escalão e a vacância, há mais de um ano, na diretoria do Escritório Anticorrupção (ACB). Mutharika, por sua vez, responde a suspeitas de propina em contrato de alimentação policial, acusações que nega.
Confiabilidade do pleito
O histórico da Corte Constitucional, que anulou a eleição de 2019, elevou a confiança nos mecanismos de apuração. Mesmo assim, organizações civis denunciam favorecimento do MCP pela Comissão Eleitoral, que rejeita as acusações. Observadores atentos destacam o incidente de junho, quando manifestantes que pediam a renúncia da cúpula da comissão foram atacados por homens armados.
Depois do encerramento da votação, às 14h GMT, a contagem acontece nas próprias seções. O resultado presidencial deve ser divulgado até 24 de setembro e o parlamentar até 30 de setembro, conforme o calendário oficial.
Para mais detalhes sobre o contexto político e econômico do Malawi, consulte a cobertura da BBC Africa, fonte internacional de alta autoridade.
As urnas definem não apenas o próximo chefe de Estado, mas também o rumo de um país que busca estabilidade econômica e avanços no combate à corrupção. A expectativa recai sobre a capacidade das instituições de garantir um processo limpo e transparente.
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Crédito da imagem: AFP via Getty Images
