Ed Gein na Netflix: verdades e mentiras em 'Monstro'

Ed Gein na Netflix: verdades e mentiras em 'Monstro' coloca novamente sob os holofotes o “Açougueiro de Plainfield”, detido em 1957 após a polícia encontrar objetos feitos com restos humanos em sua casa no Wisconsin, EUA.
A terceira temporada da antologia Monster mistura relatos documentados e cenas inventadas, exigindo atenção do público para diferenciar realidade de ficção. A seguir, veja as liberdades criativas mais marcantes e os fatos confirmados sobre o assassino, diagnosticado com esquizofrenia e declarado legalmente insano.
Ed Gein na Netflix: verdades e mentiras em 'Monstro'
Na vida real, Ed Gein assumiu dois assassinatos — Mary Hogan (1954) e Bernice Worden (1957). Mesmo assim, a série apresenta seis vítimas, incluindo uma babá, dois homens e o irmão Henry. As autoridades jamais comprovaram esses crimes adicionais, tampouco responsabilizaram Gein pela morte de Henry em 1944, ainda cercada de incertezas.
A produção também insere a personagem Adeline como cúmplice e amante. Embora ela tenha existido, não há registro de relação romântica nem de participação nos delitos. Outra invenção é a cooperação de Gein com o FBI para capturar Ted Bundy nos anos 1970; nesse período, o acusado já estava internado em hospital psiquiátrico, incapaz de auxiliar investigações.
O roteiro sugere envolvimento de Gein no desaparecimento de Evelyn Hartley e em correspondências com o assassino Richard Speck, além de encontros com Christine Jorgensen e Ilse Koch. Nenhum desses eventos possui respaldo em documentação oficial ou testemunhos confiáveis, de acordo com a Encyclopaedia Britannica.
A série exibe ainda diversos objetos atribuídos ao criminoso. Na realidade, quase todas as provas coletadas pela polícia foram destruídas após o julgamento, e muitos itens mostrados em tela são réplicas ou criações dos cenógrafos.
Com esse retrato híbrido, Monster aprofunda discussões sobre responsabilidade midiática ao adaptar crimes reais. Para especialistas, é essencial que o público trate a produção como dramatização, verificando informações em fontes históricas antes de tomar qualquer conteúdo como fato consumado.
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Foto de Ed Gein / Crédito: Wikimedia (reprodução)
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